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Pessoas inteligentes têm neurônios maiores

Estudo que analisou células neurais de 35 pessoas afirma que quanto maior, melhor

Por Ingrid Luisa
3 Maio 2018, 15h55

O ditado popular pode até dizer que tamanho não é documento, mas, neste caso, é sim. Quanto maiores forem seus neurônios, mais inteligente você é, de acordo com um estudo feito por cientistas holandeses. É a primeira vez que o nível de inteligência é associado ao tamanho das células cerebrais, e isso pode ser uma chave para desenvolver técnicas realmente eficazes que aumentem nossa inteligência.

Até agora, a maioria das pesquisas ligadas ao intelecto havia identificado regiões do cérebro envolvidas com a capacidade de desenvolver certas habilidades, e chegou também a selecionar genes relacionados ao QI. Mas o estudo holandês, feito na Universidade Livre de Amsterdã, foi por um novo caminho, e provou que quanto maior é a célula, melhor.

Para chegar a esses resultados, foi coletado tecido cerebral de 35 pessoas que fizeram cirurgia para tumores no cérebro, e que haviam feito um teste de QI antes da operação. As células coletadas eram de uma região chamada lobo temporal, responsável pela memória, reconhecimento de sinais e linguagens — características diretamente associadas à inteligência. Examinado as amostras, constatou-se que as células das pessoas com os melhores QIs eram significativamente maiores que a dos outros com menores pontuações.

Nessas pessoas, os dendritos (as extremidades dos neurônios, que recebem e transmitem sinais elétricos) também eram maiores e mais abundantes, o que em tese favorece o processamento de informações. Isso está diretamente relacionado ao aprendizado, pois quanto mais ligações os neurônios fazem, mais informações podem ser armazenadas.

Os cientistas também fizeram testes relativos ao processo de transmissão de informações, avaliando a passagem dos impulsos elétricos. E os resultados reafirmaram os anteriores: os neurônios das pessoas com o QI mais alto transmitem impulsos mais rápido e durante mais tempo. “Talvez sejamos capazes de tratar deficiências intelectuais ou até impedir que elas ocorram”, diz  Richard Haier, da Universidade da Califórnia, à revista New Scientist. Esse é o primeiro estudo que fornece evidências de que a inteligência humana pode ser medida a partir das células cerebrais.

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