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Placas tectônicas podem ter sido criadas por impactos extraterrestres

Elas surgiram enquanto a Terra era bombardeada por impactos colossais. Geólogos investigaram se os fenômenos tinham alguma relação — e tudo indica que sim

Por A. J. Oliveira
27 nov 2019, 19h02

Por volta de 3,2 bilhões de anos atrás, quando a Terra ainda era um lugar bem mais inóspito do que é hoje, teria começado um processo geológico que mudaria completamente (e constantemente) a sua cara: o movimento das placas tectônicas. Na mesma época, mais ou menos na metade do éon Arqueano (entre 4 bilhões e 2,5 bilhões de anos atrás), nosso planeta era bombardeado por violentos impactos. Coincidência? Geólogos acham que não.

Em artigo publicado na última sexta (22) no periódico Geology, pesquisadores sugerem que  colossais colisões de corpos extraterrestres teriam engatilhado a transição terrestre de seu estado quente e primitivo para o mundo que conhecemos: com a litosfera (crosta e manto superior) fragmentada em placas. “Costumamos pensar na Terra como um sistema isolado, onde só importam os processos internos”, disse o co-autor Craig O’Neill em comunicado.

“Cada vez mais, no entanto, estamos vendo o efeito da dinâmica do Sistema Solar em como a Terra se comporta”, complementa o diretor do Centro de Pesquisa Planetária da Universidade Macquarie, na Austrália. Estudando certas camadas sedimentares localizadas em solos australianos e sul-africanos, O’Neill e colegas descobriram que naqueles tempos fatídicos, há 3,2 bilhões de anos, a Terra foi particularmente castigada com muitos impactos.

Então eles criaram uma série de simulações e modelos para entender primeiro a dimensão e frequência desses impactos — e depois se eles teriam sido capazes de iniciar a tectônica global. É que, ao contrário das primeiras centenas de milhões de anos de vida da Terra (formada há 4,6 bilhões de anos), em que colisões de corpos com 300 quilômetros de diâmetro eram frequentes, no Arqueano elas diminuíram um pouco. Mas só um pouquinho.

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As evidências apontam que a maioria dos impactos nessa época não passava dos 100 quilômetros de diâmetro (30 km maior que o asteroide que matou os dinossauros). Para checar se mesmo esses eventos menores eram o bastante para fragmentar a litosfera, os cientistas usaram técnicas para estimar a quantidade de impactos no Mesoarqueano e criaram simulações para modelar os efeitos dessas colisões na temperatura do manto.

Os resultados apontam que sim: esses corpos celestes quilométricos que trombavam com nosso planeta podem muito bem ter criado as placas tectônicas. Como nem a litosfera nem o manto eram lá muito homogêneos, com algumas partes mais finas, outras mais espessas, os impactos acentuaram ainda mais essas diferenças de flutuabilidade no manto — e assim teriam surgido as placas tectônicas. Do contrário, hoje viveríamos em uma outra Terra.

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