(Eurilano Albuquerque Barbosa, via Internet)
É o chamado fogo-de-santelmo, “uma das mais interessantes manifestações da eletricidade na atmosfera”, segundo o físico Claudio Furukawa, da Universidade de São Paulo, USP. Esse belo clarão de luz azulada forma-se por um instante, um pouco antes de fortes tempestades, não só em mastros de navios e torres, como em qualquer objeto pontiagudo – incluindo pára-raios, nariz de aviões e até nos chifres de um boi. “Esse formato aumenta a densidade das cargas elétricas. É o que chamamos de efeito de ponta”, afirma Claudio.
A raiz do fenômeno está na agitação das moléculas de oxigênio e nitrogênio no ar. Elas pulam de uma camada energética para outra, emitindo luz ao retornarem. Mas, para isso acontecer, é necessário que o ar esteja sem a umidade que descarrega energia. Com a atmosfera seca, acumula-se um excesso de eletricidade – o que provoca uma descarga bem mais forte e, com ela, o brilho fantasmagórico batizado de fogo-de-santelmo.
O nome “santelmo” é uma corruptela de Santo Ermo, abreviação de Santo Erasmo, tradicional padroeiro dos marinheiros do Mediterrâneo. Para eles, essa iluminação súbita na ponta dos mastros das embarcações era um sinal da presença do seu santo protetor.
Fogo no céu
Intensa eletricidade atmosférica, ar seco e objetos pontiagudos são os pré-requisitos para a aparição do fogo-de-santelmo
1. As nuvens que antecipam a tempestade, de carga elétrica positiva, fazem com que cargas elétricas negativas se acumulem naturalmente na ponta do mastro do navio
2. Quando o excesso de eletricidade de carga negativa é descarregado na atmosfera, forma-se um clarão de luz azulada