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Por que o estresse torna os cabelos brancos

Estudo, que contou com participação brasileira, foi o primeiro a explicar a relação entre um telhado grisalho e nervos à flor da pele.

Por Guilherme Eler
23 jan 2020, 18h31

Segundo a sabedoria popular, cabelos brancos costumam ser sinal de experiência. Mas, quando chegam antes da hora, podem significar que algo na saúde não corre como deveria. Cientistas já provaram que fumar, por exemplo, colabora para embranquecer o telhado mais cedo. O mesmo vale para o estresse: viver uma vida com os nervos à flor da pele pode fazer com que você tenha de recorrer ao tonalizante de forma precoce.

Essa associação já era conhecida pela ciência há algum tempo. O que não se sabia ao certo, ainda, era o mecanismo fisiológico que explicava a perda de pigmentação dos cabelos – e como ele é acionado por situações estressantes. Um estudo publicado na revista científica Nature e que contou com a participação de brasileiros investigou esse fenômeno – e conseguiu dizer por que ele acontece.

A explicação está na chamada “reação de fuga e luta” do corpo, controlado pelo sistema nervoso simpático (sim, ele tem esse nome mesmo). Em momentos de perigo, nosso cérebro dispara grandes doses de hormônios – os mais comuns são adrenalina e cortisol. Eles fazem o coração bater mais rápido, a respiração ficar mais lenta e as pupilas dilatarem. Tudo para nos deixar mais alerta sobre aquela determinada situação, e prontos para agir rapidamente caso a coisa ficar feia.

Em situações de estresse constante, é como se estivéssemos sendo lembrados a todo tempo por nossa central de comando para ficar em alerta. O problema é que receber esse estímulo tem um efeito colateral: faz os melanócitos, células do folículo capilar que produzem o pigmento que dá cor às madeixas, entrarem em parafuso e começarem a morrer.

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Quem comanda essa sabotagem é um hormônio neurotransmissor específico chamado noradrenalina, produzido em excesso em situações estressantes. Primeiro, ele faz com que os melanócitos armazenados no bulbo capilar fiquem à mil por hora. Depois, exaustas, essas células começam a morrer. O corpo não pode substituir os melanócitos. Por isso, quando as reservas vão diminuindo, o cabelo deixa de ser castanho, louro ou preto e começa a ficar branco.

Foi o que cientistas do CRID (Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias), em Ribeirão Preto (SP), e da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), em parceria com a Universidade Harvard, nos Estados Unidos, comprovaram em um experimento com ratos.

No teste, eles injetaram resiniferatoxina, uma prima da capsaicina (responsável pelo ardor das pimentas), para deixar camundongos com muita dor – e por tabela, muito estressados. Cada cobaia recebeu uma dose alta da substância por três dias seguidos. Alguns dias depois, os pelos dos roedores começavam a ficar brancos. Ao fim de quatro semanas, algo entre 30% a 40% da pelagem ganhava tom grisalho. E quanto mais estressados, mais pelos brancos despontavam.

De acordo com os pesquisadores, a descoberta pode servir à criação de tratamentos para frear o processo de embranquecimento ligado à idade. 

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