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Primeiros pedaços do lado oculto da Lua chegam à Terra

Expedição chinesa foi a primeira a coletar o material, que agora deve ser analisado por cientistas de todo o mundo.

Por Isabela Lobato
Atualizado em 27 jun 2024, 17h40 - Publicado em 25 jun 2024, 18h00
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  • Pela primeira vez na história, cientistas têm em mãos pedaços do solo do lado afastado da Lua. Uma operação chinesa foi a primeira a conseguir enviar uma missão para explorar a região, e os materiais coletados retornaram com sucesso em uma cápsula nesta terça (25).

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    A missão Chang’e-6 durou 53 dias no espaço e coletou cerca de dois quilos de rochas lunares. O módulo levou algumas semanas em órbita para pousar na cratera de impacto mais antiga e profunda da Lua, a bacia do Polo Sul-Aitken. Equipado com uma pá mecânica e uma furadeira, ela passou dois dias juntando rocha e poeira dos arredores e da subsuperfície lunar (a camada logo após a superfície em si).

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    O nome da missão, diga-se, é uma homenagem à deusa da Lua, Chang’e. Ela é uma das principais deusas da mitologia chinesa, e aparece também na religião popular chinesa, no budismo chinês, no confucionismo e no taoismo. Segundo a lenda de mais de 3 mil anos, Chang’e viajou ao satélite natural com seu coelho Yu Tu, e ambos viveram no Palácio da Lua.

    Por que “lado oculto”?

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    A Lua possui uma rotação sincronizada com a sua translação. Ou seja: o tempo que ela demora para dar uma volta em torno do próprio eixo é igual ao que ela gasta para girar ao redor da Terra.

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    Isso faz com que a Lua esteja sempre com o mesmo lado virado para nós. A face que conhecemos é marcada pelas planícies amplas e escuras onde um dia fluiu lava. Já o lado oposto tem mais crateras e uma crosta mais espessa.

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    E claro: criou-se a tradição de dizer “lado escuro” apenas por que não é possível avistá-lo da Terra. Mas essa face não é escura para valer, e recebe luz solar tanto quanto a sua outra metade.

    Você pode entender melhor a rotação sincronizada neste gif da Nasa:

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    gif sobre a rotação sincronizada da Lua
    (Nasa/Reprodução)

    É justamente porque a metade “de trás” nunca se vira para a Terra que é tão desafiador conduzir uma missão desse tipo, já que é impossível se conectar diretamente com as sondas de pouso que estão do outro lado. Para manter contato com a Chang’e-6, a agência espacial chinesa contou com dois satélites lançados anteriormente na órbita da Lua, Queqiao e Queqiao-2.

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    No início deste mês, mais de 200 cientistas chineses se reuniram em Pequim para discutir as questões científicas que esperam abordar com a análise das amostras do Chang’e-6. Os participantes definiram as prioridades: a principal questão a ser explorada é por que as duas faces da Lua são tão diferentes. Além disso, querem também investigar a composição das estruturas lunares mais profundas e a formação da bacia do Polo Sul-Aitken.

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    “Uma parte das amostras será armazenada permanentemente, enquanto outra parte será armazenada em um local diferente como backup em caso de desastres. Em seguida, vamos preparar a parte restante e a distribuiremos a cientistas da China e de outros países, de acordo com as normas de gerenciamento de amostras lunares”, disse Wang Qiong, vice-projetista-chefe da missão Chang’e-6.

    “Novas amostras inevitavelmente levarão a novas descobertas”, disse Wei Yang, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências, em entrevista ao portal chinês Xinhua. “Os cientistas chineses estão aguardando ansiosamente a oportunidade de contribuir para a ciência lunar.”

    A cápsula com as amostras foi ejetada de um contêiner que estava em órbita a 5 mil quilômetros de altura e pousou de paraquedas no norte da China, próximo à fronteira com a Mongólia. A cápsula entrou na atmosfera da Terra por volta das 13h41 (horário de Pequim) a uma velocidade de 11 quilômetros por segundo, e aterrissou suavemente às 14h07, quando foi coletada por cientistas da Administração Espacial Nacional da China.

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