Terminou em choro e zumbido de serra uma tentativa de curar árvores com a engenharia genética. Gary Strobel, especialista em doenças de plantas da Universidade de Montana, nos Estados Unidos, havia injetado em 14 olmos, árvore típica do Hemisfério Norte, uma bactéria modificada em laboratório para protegê-los de um fungo mortal. O problema é que Strobel não pediu licença para aplicar a bactéria – nos Estados Unidos (assim como no Brasil) a liberação no ambiente de organismos por engenharia genética depende de autorização e não faltam grupos ecológicos contrários a isso em qualquer hipótese.
Resultado: quando se soube o que Strobel estava aprontando, ele foi duramente criticado por muitos colegas. Para cortar os protestos, tomou então a iniciativa de serrar os olmos – o que fez com lágrimas nos olhos. Depois, os troncos foram queimados e as raízes besuntadas com herbicida, para que os olmos não voltassem a crescer. O episódio certamente vai entrar para a História, mas a questão permanece de pé, cheia de galhos. Como diz o geneticista Crodowaldo Pavan, presidente do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), “é certo que o uso da engenharia genética deve ser controlado, mas esse controle deve ser exercido o com racionalidade e não fanatismo”.