Cerca de 600 cabras vivem como que num luxuoso hotel cinco estrelas, nas proximidades de Boston, Estados Unidos. A fazenda da empresa americana Genzyme tem instalações espaçosas e muito campo verde para pastar. O tratamento vip tem um bom motivo: o código genético dos animais está sendo modificado para que as cabras, junto com o leite, dêem remédios pelas tetas. Se tudo der certo, os “fazendeiros” vão produzir substâncias que aceleram ou impedem a coagulação do sangue, ou que têm ação antiinflamatória. A idéia é inserir um ou mais genes humanos nos embriões, ainda na barriga da mãe. Cinco meses depois, os filhotes devem nascer já com a capacidade de produzir leite misturado com produtos farmacêuticos. É isso pelo menos o que garante Tom Smith, o biólogo responsável pela fazenda. Ainda não nasceu nenhuma cabrita especial, mas Smith está confiante. Em 1989, pesquisadores da Universidade Tufts, em Medford, Massachusetts, conseguiram “construir” cabras que davam leite enriquecidos com proteínas especiais.