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Sua avó dirige melhor que você

Jovens de 17 a 21 anos têm quatro vezes mais chances de causar um acidente que seus avós

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 mar 2018, 11h59 - Publicado em 19 set 2016, 20h45

Esqueça o estigma de vovozinha barbeira do trânsito: homens jovens são motoristas piores que idosos.

Cientistas da Universidade de Swansea, no Reino Unido, analisaram as informações de acidentes de trânsito e perceberam que é mais seguro que um velhinho de 70 anos esteja ao volante que um garoto de 20.

Os pesquisadores chegaram à conclusão de que homens entre 17 e 21 anos (aos 17 anos já é permitido tirar licença de motorista no Reino Unido) têm de três a quatro vezes mais chances de ter um acidente de trânsito que um idoso de 70 anos.

A equipe comandada pelo professor de gerontologia Charles Musselwhite defende que ser idoso ao volante não tem relação direta com estar em perigo, e que as idades dos motoristas representam riscos distintos. Eles perceberam que homens entre 17 e 21 anos tendem a se envolver em acidentes ao perderem o controle do carro por excesso de velocidade. Já os motoristas mais velhos costumam ter problemas no trânsito quando se sentem pressionados por outros veículos.

Na comparação com pessoas na casa dos 40 anos, os idosos têm mais problemas. Mas mesmo depois dos 75 anos, que é quando o número de acidentes aumenta entre os mais velhos, a quantidade de problemas nem se compara aos cometidos por homens jovens — os motoristas novinhos continuam sendo os mais perigosos.

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A natureza dos acidentes também é diferente: os com idosos são colisões menores, com menos impacto. Grande parte das batidas causadas por mulheres mais velhas aconteceram enquanto elas faziam pequenas manobras. No geral, idosos estão mais propensos a se envolver em acidentes com outros motoristas de cabeleira branca — o que indica, inclusive, que eles cometem os mesmos tipos de erros.

Conforme os idosos perdem algumas habilidades de direção, eles compensam sendo motoristas mais cautelosos: pisam menos no acelerador, escolhem horários de menor movimento e dias com melhores condições meteorológicas para sair às ruas.

Para manter os velhinhos ao volante, o professor Musselwhite sugere que os órgãos oficiais de trânsito passem a cobrar mais testes para motoristas idosos, como exames de visão, audição, reflexos e efeitos colaterais de medicamentos. Tudo isso para que eles se sintam mais livres, autônomos e úteis para suas famílias. Afinal, independência não tem idade máxima.

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