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Super roedores em ação

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 31 out 2004, 22h00

Tito Montenegro

Utilizar animais de laboratório não é uma novidade na pesquisa médica, mas as técnicas cada vez mais avançadas de manipulação genética estão dando origem a experimentos cada vez mais curiosos. Em muitos casos, os bichos ganham superpoderes como viver o dobro do tempo de seus colegas ou se tornar mais espertos. Os animais preferidos para essas experiências são os camundongos. Assim como os ratos, eles têm um ciclo de vida curto, de cerca de dois anos, o que facilita o acompanhamento dos testes. Eles também procriam com rapidez. “A gestação dura apenas 21 dias”, diz o veterinário André Carissimi, responsável pelo biotério da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ou seja, dificilmente faltarão ratos ou camundongos para os mais diversos experimentos. Mas o melhor é a semelhança que esses roedores têm com os seres humanos. “Os ratos e os camundongos têm entre 90% e 95% dos seus genes iguais aos nossos”, afirma o médico José Eduardo Krieger, diretor do Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular do Instituto do Coração, em São Paulo. “Os avanços na área médica sempre dependeram e vão continuar dependendo das experiências com animais”, diz José Eduardo. Veja algumas das experiências mais curiosas dos últimos anos.

Nome: o ancião

Ano: 2000

Superpoder: viveu mais de 4 anos

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Yoda, que morreu com 4 anos e 12 dias, bateu o recorde de longevidade vivendo o equivalente a 136 anos em seres humanos. Ele teve os genes relacionados às glândulas pituitária e tireóide alterados. Sua produção de insulina também era menor do que o normal. Ao morrer, deixou a princesa Leia viúva

Nome: O maratonista

Ano: 2004

Superpoder: corre, corre e não cansa

Ratos estudados no Instituto Howard Hughes, de Chicago, receberam uma cópia extra do gene PPAR-delta, que os fez correr o dobro do tempo dos seus colegas antes de se cansar. O gene altera as fibras musculares, aumentando a resistência. Útil para obesos com dificuldades para se exercitar e para atletas

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Nome: O gordo

Ano: 1995

Superpoder: peso-pesado

Cientistas da Universidade Rockefeller compararam dois ratinhos com defeito no gene ob (de obese, “obeso” em inglês). Esse gene está relacionado à ação da leptina, uma proteína que regula o peso corporal ao sinalizar a quantidade de gordura armazenada. O roedor abaixo, com defeito no gene, ficou obeso

Nome: E o magro

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Ano: 1995

Superpoder: emagreceu com leptina

Em compensação, ao seu colega de experiência, o magrela abaixo, foram dadas doses do hormônio leptina. Ele emagreceu em duas semanas. Desde então, o hormônio não parou de ser estudado. Mas ainda não foi desenvolvida uma droga capaz de fazer pelos humanos o que a leptina fez pelo ratinho

Nome: O esperto

Ano: 1999

Superpoder: tem mais memória

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Pesquisadores da universidade americana de Princeton criaram um camundongo com uma memória invejável e grande potencial de aprendizado. Eles estimularam o “gene da esperteza” (NR2B), que está ligado à habilidade dos neurônios em criar conexões. A idéia é retardar a perda de memória em idosos

Nome: O cabeludo

Ano: 1998

Superpoder: cultiva uma cabeleira

Pesquisadores do Instituto Howard Hughes, da Universidade de Chicago, conseguiram fazer crescer os pêlos em camundongos. Eles estimularam genes que aumentam a produção de beta-catenina, substância que dispara um mecanismo que faz crescer a quantidade de folículos pilosos. O objetivo era estudar formas de combater a calvície

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Nome: O orelhudo

Ano: 1995

Superpoder: tem orelha nas costas

Há nove anos, o professor Charles Vacanti, da Universidade de Massachusetts, implantou células de cartilagem em um rato e fez crescer uma orelha nas costas do animal. Agora, os pesquisadores querem usar a mesma técnica para desenvolver órgãos que possam ser utilizados em transplantes em seres humanos

Nome: O robozinho

Ano: 2002

Superpoder: pode ser teleguiado

Por meio de fios, cientistas da Universidade de Nova York enviaram sinais elétricos ao cérebro do roedor, sinalizando “esquerda” e “direita”. Outro fio estimulava a região conhecida como “sistema de recompensa”. Com um transmissor, eles orientaram o rato, que obedeceu aos comandos. O bichinho poderá atuar como espião ou no resgate de vítimas de terremotos

Nome: O maridão

Ano: 1999

Superpoder: fidelidade máxima

Pesquisadores da universidade americana de Emory transformaram uma espécie promíscua de rato em um marido fiel. Para construir o sonho das roedoras, os cientistas alteraram o gene que influencia a absorção pelo cérebro do hormônio vasopressina, responsável pela sensação de prazer do orgasmo

Nome: O estressado

Ano: 2000

Superpoder: é neurótico além da conta

Os ratinhos estudados no Instituto Salk, nos Estados Unidos, poderiam estrelar filmes do Woody Allen de tão neuróticos. Os cientistas apagaram o gene que controla o CRHR, um hormônio que regula a resposta do cérebro ao estresse. Sem ele, os bichinhos ficaram angustiados. O estudo tem como objetivo desenvolver drogas que ajudem no combate à ansiedade e à depressão

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