Se o Vesúvio explodir hoje com a mesma violência com que soterrou a cidade de Pompéia, no ano 79, poderá fazer 700 000 vítimas. E essa chance existe. O primeiro passo para prevenir novas tragédias é estudar a anatomia interna do monte fumegante. Uma equipe de geólogos liderada por Aldo Zollo, da Universidade de Nápoles, criou miniterremotos, detonando cerca de 400 quilos de explosivos em três pontos ao redor da cratera principal. Usando 82 sismógrafos espalhados por uma extensão de cerca de 30 quilômetros, eles mediram a velocidade com que os abalos artificiais atravessaram as diversas camadas de rocha subterrânea. E descobriram que a 4 quilômetros de profundidade há um pequeno depósito de magma já endurecido, com no máximo meio quilômetro de diâmetro. Só que, mais ao fundo, 10 quilômetros abaixo da caldeira do Vesúvio, há um outro depósito, de pedra derretida, ligado à superfície por dutos de 100 metros de diâmetro. “Monitorando a pressão nesses canais, é possível prever uma eventual erupção”, explicou à SUPER Marcelo Assunção, da Universidade de São Paulo.