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Três espécies de tubarões bioluminescentes são vistas pela 1ª vez brilhando

Uma delas, o tubarão-pipa, pode chegar a 1,8 m de comprimento, o que o torna o maior vertebrado com luz própria da Terra. Das 57 espécies de tubarões bioluminescentes, só 8 foram registradas acesas.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 12 mar 2021, 12h24 - Publicado em 12 mar 2021, 12h23

Em janeiro de 2020, um grupo de pesquisadores realizava um levantamento das espécies de peixe em Chatham Rise – nome de uma área do leito do Pacífico localizada entre a Nova Zelândia e o minúsculo arquipélago de Chatham. Lá, encontraram três espécies diferentes de tubarões bioluminescentes convivendo em um mesmo ecossistema. 

Os peixões brilhantes eram o tubarão-pipa (Dalatias licha), o tubarão-lanterna-de-barriga-preta (Etmopterus lucifer) e o tubarão-lanterna-do-sul (Etmopterus granulosus). As três espécies já constavam dos livros de biologia, mas nunca haviam sido fotografadas exibindo toda sua luz. 

“Das cerca de 540 espécies de tubarões que existem nos oceanos, nós estimamos que 57 sejam capazes de produzir luz. Mas só 5 delas haviam sido estudadas até a publicação do nosso artigo”, explicou à SUPER o belga Jérôme Mallefet, da Universidade Católica da Lovaina, um dos participantes do estudo. “Na maioria dos casos, a bioluminescência nunca foi observada. É a presença de um ponto preto na pele que sugere que eles têm órgãos produtores de luz (os fotóforos).”

Todos habitam a zona mesopelágica ou “crepuscular” do oceano, que corresponde a profundidades entre 200 m a 1.000 m. O tubarão-pipa, que emite um brilho azul esverdeado, foi o foco dos biólogos. Com 1,8 m de comprimento, é o maior vertebrado bioluminescente da Terra. 

“É a primeira vez que documentamos o padrão de bioluminescência do tubarão-pipa” “A análise desse padrão indica que o tubarão-pipa usa a luz ventral [na barriga] não apenas como uma camuflagem de countershading, mas também para caçar.”

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Countershading é uma forma de camuflagem em que a barriga do animal é mais clara que o dorso. No mar, ela serve para que a região ventral do peixe, quando ele é visto de baixo para cima, se confunda com a luz do Sol que penetra na água. (O contrário também vale, é claro: o tubarão é mais escuro nas costas porque o fundo do mar é mais escuro, e assim ele desaparece visto de cima).

Quanto à caça, bem: se você já assistiu ao filme Procurando Nemo, vai se lembrar da cena em que Dory e Marlin se perdem em uma área profunda e sombria do oceano. Surge um predador dentuço, anunciado pela luzinha que carrega pendurada sobre a cabeça. Aquele é um peixe-lanterna – que assim como algumas lulas, utiliza da bioluminescência para atrair pressas na escuridão. Os pesquisadores acreditam que, com o tubarão, o objetivo seja um pouco diferente: iluminar o fundo do mar durante a caçada.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade Católica da Lovaina, na Bélgica, e do Instituto Nacional de Pesquisa em Água e Atmosfera da Nova Zelândia. Você pode conferir todos os detalhes no periódico Frontiers in Marine Science.

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