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Um apetite insaciável, do qual não escapam nem as lulas encontradas mortas

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h30 - Publicado em 29 dez 2009, 22h00

Enquanto a leather star e a mornig sunstar – que incidentalmente se alimentam da própria leather – são predadores respeitáveis, a mais monstruosa entre os equinodermos da costa ocidental da América do Norte é, indiscutivelmente,a gigantesca sunflower star (estrela-girassol, Pycnopodia hellanthoides): chega a ter 130 centímetros de ponta a ponta e alcança grande velocidades quando apresentada. Seu cardápio inclui de tudo – ouriços, moluscos, caracóis, caranguejos, pepinos-do-mar e estrelas-do-mar, incluindo a temível morning sunstar -, e costuma engolir a presa inteira. Como suas primas Asterias vulgaris, ela é capaz de virar o próprio estômago do avesso, mas ao contrário de outras estrelas-do-mar, a sunflower parece não se intimidar com nada.

O tamanho de seu apetite é exemplificado pelo fato de que como até as lulas que, depois de desovarem na Baia de Monterrey, no México, adoecem e morrem. Como a indigesta lula é grande demais para ser defecada pela sunflower, geralmente é expelida através da macia parede superior de seu corpo. Muitos animais desenvolveram reações desesperadas para fugir dela, o que Nem sempre funciona diante de sua velocidade e tamanho. Outra característica é que ela parece ser um das poucas estrelas-do-mar com senso de território: quando encontra uma outra de mesma espécie, as duas engajam-se num comportamento combativo cujo resultado é um equitativa distribuição de “terreno” e alimento. Nas geladas águas do Alasca,a sunfloer star é, por sua vez, atacada pelo caranguejo-rei-alasquiano. Fora este predador, ela parece não ter inimigos naturais.

É claro que Nem todas as estrelas-do-mar Asteriid são caçadoras tão vorazes. Algumas são herbívoras ou levam uma vida marcada pela modéstia gustativa. Uma dessas, a blood star (estrela-sangue, Henricia leviuscula), alimenta-se de bactérias e partículas menor que captura com seu muco – uma substância gelatinosa que desprende através da pele – e varre para a boca com cílios que crescem em seus braços. Alimenta-se também de esponjas, pressionando o disco central contra a vítima e depois devoram-na. outra blood star parente próxima da H. leviuscula, a Henricia sanguinolenta, compartilha os mesmos hábitos de alimentação e, além disso, tem a notável capacidade de filtrar nutrientes da água através da pele quando tem dificuldade de obter presas.

O incomum em relação à H. leviuscula, uma estrela de dimensões menores, com 18 centímetros de diâmetro, é que ela incuba os filhotes. Enquanto a maioria das estrelas-do-mar simplesmente libera os gametas em mar aberto, onde quer que ocorra a fertilização, a blood star solta ovos gemados, os quais a fêmea acolhe numa depressão do disco central, que produz arqueando o corpo. Quando os ovos são partidos, deles emergem minúsculas estrelas já, e aos cientistas parece que, por evitar o estágio larval, em que os recém-nascidos, ficam à mercê de predadores, essa espécie aumenta as chances de sobrevivência da prole.

A reprodução sexual, no entanto, é apenas um dos métodos que as estrelas-do-mar empregam para assegurar a sobrevivência. A já mencionada capacidade de regenerar de meros fragmentos é outro e, embora algumas tenham se aprimorado mais nisso, todas são capazes de desenvolver um novo corpo de algum pedaço do anterior. A espécie Linckia spp, é especialmente adepta da reprodução por tal método e capaz de se recompor inteira de um pedaço de braço.

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As Asteriid regeneram facilmente os braço ou o próprio corpo, mas os verdadeiros experts no assunto são de outro grupo de estrelas: os ofiuróides ou “estrelas quebradiças”. Talvez a diferença mais notável entre as Asteriid e as quebradiças seja a nítida separação entre o disco central e os braços. Outra importante diferença é que as estrelas quebradiças seja a nítida separação entre o disco central e os braços. Outra importante diferença é que as estrelas quebradiças não andam sobre tubos pediosos. Em vez disso, deslizam com um movimento serpenteante e sinuoso, motivo pelo qual são às vezes chamadas de “estrelas serpentes”.

Para uma estrela quebradiça, perder um braço ou dois é pura rotina. Seu próprio nome indica a “disposição” de perder partes do corpo e fazer crescer novas. De hábitos noturnos, pequenas e esquivas, elas escondem-se durante o dia e são difíceis de ser encontradas. Procuram fendas sombrias e esperam pela noite para sair em busca de alimento: animais pequenos e detritos. Algumas são também varredoras. A Daisy brittle star (ofiúro magarida, Ophiopholis aculeata) passa uma boa parte do tempo entocada numa fenda, abanando os braços à procura de comida. O alimento é capturado por aderência a uma camada de muco pegajoso nos pódios. Por constituir uma presa cobiçada para os peixes que por ali transitam, é fundamental para ela manter o corpo em local seguro, enquanto estende os braços na correnteza, como se fossem iscas de pesca, confiante de que esses braços, que poderá repor depois, manterão os famintos predadores satisfeitos.

Existem literalmente milhares de espécies de estrelas-do-mar nos mares do mundo todo, variando desde as sombrias quebradiças, que se amontoam na base das profundezas abissais, ate a enorme e faminta crown of thorns sea star (estrela-do-mar-coroa-de-espinhos), que come pelo caminho vastas extensões de recifes de coral por ano. Na verdade, a ciência pouco sabe a respeito da maioria desses animais, e quanto mais se descobre, mais interessantes eles se revelam. Portanto, da próxima vez que caminhar por sua praia favorita, se você ou seu filho encontrarem a uma “linda” estrela-do-mar, percam algum tempo para olhar de verdade para ela. Talvez vejam mais do que simplesmente uma estrela.

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