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Um lado da Lua é mais quente que o outro, revela estudo

O interior do nosso satélite é irregular e assimétrico, com temperaturas diferentes – e isso não tem nada a ver com o "lado escuro" da Lua.

Por Eduardo Lima
Atualizado em 16 Maio 2025, 18h56 - Publicado em 16 Maio 2025, 14h00

Na Lua, um lado é mais quente que o outro. “É óbvio”, você pode estar pensando, “a Lua tem um lado escuro!” Mas esse “escuro” não tem nada a ver com falta de luz: ele é desconhecido por nós da Terra porque está sempre oculto pela rotação sincronizada do satélite e do planeta – mas recebe, em média, a mesma quantidade de luz solar que a face visível.

A diferença de temperatura no satélite é uma questão mais complexa, que não tem a ver com a luz do Sol. As temperaturas variam no interior da Lua, segundo um novo estudo, e isso tem relação com a atração gravitacional da Terra. O lado visível, que é o mais afetado pela gravidade terrestre, também é o mais quente.

Os cientistas usaram dados coletados pela espaçonave GRAIL da Nasa, que orbitou a Lua entre 2011 e 2012, para mapear seu campo gravitacional e determinar a estrutura interna do satélite. Com essas informações, eles perceberam que as duas faces do satélite apresentam características físicas distintas justamente porque são diferentes no seu interior.

Esse estudo confirmou a hipótese de que a face visível da Lua é mais deformada por atração gravitacional do que seu lado oculto, e revela segredos escondidos, como anomalias térmicas no manto, sobre o interior do nosso satélite natural. A pesquisa foi publicada na Nature.

Hot n’ cold

Os dados da missão GRAIL foram usados para calcular, com precisão, quão suscetível a Lua é à deformação causada pela atração gravitacional da Terra. As distorções espaciais registradas são 72% maiores do que as esperadas caso o interior da Lua fosse simétrico e uniforme. De onde, então, vêm essas anomalias no manto?

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Várias hipóteses foram testadas pelos cientistas. Será que é a composição química da Lua? Pelo jeito, não. Eles rodaram vários testes com modelos computacionais complexos, e o que melhor funcionou com os dados do GRAIL foi um que mostrava que o interior da Lua era mais quente na face visível, o que ajuda a explicar as deformações mais intensas do que no lado oculto – e mais frio – do satélite.

Esse modelo de diferenças de temperatura no interior da Lua também bate com o que os cientistas sabem sobre o passado vulcânico do satélite e a distribuição de elementos radioativos em sua superfície.

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O que os cientistas ainda não sabem é porque a Lua é assim, mais quente de um lado e mais fria de outro. Talvez seu interior irregular tenha a ver com um histórico de colisão com outros objetos espaciais. Pesquisas futuras podem usar dados de atividade sísmica na Lua – que, se tudo der certo, vão ser coletados por uma sonda que vai ser lançada em 2026 pela Nasa – para melhorar o entendimento do interior do satélite.

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