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Usando IA, cientistas buscam companheira para a “planta mais solitária do mundo”

Apenas um espécime da árvore E. woodii foi identificado na natureza, em 1895. Agora, pesquisadores buscam por uma fêmea para aumentar a família.

Por Maria Clara Rossini
8 jun 2024, 19h00
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  • Só existem machos da espécie Encephalartos woodii. Trata-se de uma palmeira da ordem Cycadales endêmica da Floresta de oNgoye em KwaZulu-Natal, África do Sul. Curiosamente, todas essas plantas macho possuem o mesmo DNA: são clones de um único exemplar encontrado na natureza, em 1895. Os outros são “filhos” desse pai solteiro.

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    Sem plantas fêmeas, não há como o E. woodii se reproduzir sexualmente. Isso é ruim para a espécie, pois a falta de variabilidade genética condena a palmeira à extinção. Esse status peculiar lhe rendeu a alcunha de “planta mais solitária do mundo”.

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    Pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, querem facilitar a vida amorosa da E. woodii. Eles usam drones que sobrevoam as florestas da África do Sul em busca de uma fêmea da mesma espécie. A identificação é feita por meio de Inteligência Artificial (IA). Até agora, a floresta de oNgoye nunca havia sido explorada a fundo com o intuito de buscar por uma fêmea. 

    A planta original, encontrada em 1895, foi retirada da natureza. Suas amostras foram enviadas a jardins botânicos ao redor do mundo, que cresceram e deram origem às cópias da espécie.

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    “Até onde sabemos, essa planta está extinta na natureza”, diz Laura Cinti, coordenadora do projeto, em comunicado à imprensa. “Tenho a esperança de que exista uma fêmea em algum lugar, afinal ela já existiu em algum momento. Seria incrível trazer essa planta que está tão perto da extinção de volta por meio da reprodução natural”.

    O monitoramento com drones começou em 2022, quando o equipamento tirou milhares de fotos para análise. Os pesquisadores usaram sensores para identificar características que não seriam visíveis a olho nu – como descobrir qual é a espécie ou se a planta está viva ou morta.

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    Até agora, nenhum sinal da E. woodii. O drone já cobriu uma área de 80 hectares, aproximadamente. Há chão pela frente: a floresta tem mais de 40 mil hectares. A IA foi introduzida recentemente, com um algoritmo de imagem treinado para identificar a E. woodii pelo formato.

    Se o Tinder de plantas não der certo, os pesquisadores pretendem criar uma planta fêmea artificialmente, alterando o sexo de um macho. Cinti faz parte de um projeto que investiga se isso é possível por meio de manipulação química ou física. Segundo a pesquisadora, há registros de mudança de sexo em outras espécies de Cycadales – causados por mudanças repentinas na temperatura, por exemplo. A equipe pretende verificar se o mesmo vale para a E. woodii.

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    Raridade da espécie

    A ordem Cycadales tem mais de 300 milhões de anos de história, tendo sobrevivido a mudanças climáticas e extinções em massa. A E. woodii produz cones com pólen – que pode ser transportado por insetos para outras plantas, culminando na fertilização.

    Atualmente, as Cycadales estão entre as plantas mais ameaçadas de extinção, sendo a E. woodii em situação mais crítica. A raridade leva a outro problema de conservação: essas plantas são vendidas a preços altíssimos no mercado clandestino, e geralmente ficam guardadas separadamente em jardins botânicos devido ao risco de roubo.

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