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Vale tudo contra os furacões

EUA criam tecnologias para conter a fúria da natureza

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 30 set 2008, 22h00

Texto Bruno Garattoni

Desde que o furacão Katrina matou 1 800 pessoas e causou US$ 50 bilhões de prejuízo, em 2005, os especialistas em clima estão apreensivos, temendo novas catástrofes. E a coisa não deve parar no furacão Gustav, que assustou os EUA em setembro. Segundo o governo americano, até o final deste ano 3 a 6 furacões de grande intensidade devem se formar no hemisfério norte – e há 67% de probabilidade de que pelo menos um deles atinja o litoral dos EUA. E agora? Os americanos decidiram ressuscitar um programa científico, criado no auge da Guerra Fria, que tenta fazer o aparentemente impossível: controlar os furacões. “Nós não queremos acabar com os furacões; eles fazem parte do equilíbrio natural do planeta. Mas, se conseguirmos reduzir sua intensidade, podemos diminuiir muito os danos que provocam”, acredita William Laska, diretor de tecnologia do Department of Homeland Security (agência do governo dos EUA). Grosso modo, um furacão funciona da seguinte maneira: a água do mar evapora, sobe na forma de ar quente, chega até o topo. Aí o ar esfria, se condensa e cai de volta no mar. Esse é o “motor” do furacão. A solução proposta pelos cientistas é interromper, ou alterar, esse ciclo (veja no infográfico). Eles já estão testando suas idéias em laboratório, mas a aplicação delas terá de passar por um debate político. “E se nós desviarmos um furacão que está indo para Miami, por exemplo, e ele acabar atingindo outra cidade? As pessoas vão nos culpar por isso”, teme o engenheiro atmosférico Moshe Alamaro, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, um dos principais defensores da manipulação de furacões.

Cortando o barato

Para acabar com um furacão, basta esquentar o céu e esfriar o mar. Pelo menos a idéia é essa

O hiper-katrina Imagine um furacão gigantesco, que gira a 800 km/h e cobre quase toda a América do Norte. Devastados por ondas de 20 metros, os EUA beiram a extinção. A água lançada na atmosfera dissolve a camada de ozônio, e a Terra fica completamente desprotegida. Parece um filme, mas pode acontecer de verdade. É o que diz o climatologista Kerry Emanuel, do MIT, autor de um estudo sobre o hiperfuracão. O lado positivo é que ele só vai aparecer se o oceano ficar extremamente quente, a pelo menos 45 oC – coisa que , segundo os cientistas,só a queda de um asteróide ou a erupcão de um vulcão submarino,conseguiriam provocar. Ah bom!

1. Mancha negra

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Um avião sobrevoa o furacão, a 15 quilômetros de altitude, e joga nele um pó de borracha. Forma-se uma cobertura preta que absorve os raios solares e fica muito quente. Conseqüentemente, o topo do furacão também esquenta. O ar fica quente e não desce. Isso perturba o ciclo que alimenta o furacão, e ele se enfraquece. “Nós precisaríamos jogar 140 toneladas de pó”, estima Moshe Alamaro, do MIT.

2. Barreira de proteção

As correntes de água quente, que estão na superfície, são capturadas por uma rede de cilindros, cada um com 90 metros de diâmetro e 20 metros de profundidade. Uma válvula força a água quente para baixo. Ela vai descendo, e esfriando, até sair por uma abertura na base do cilindro. Segundo o engenheiro Stephen Salter, da Universidade de Edimburgo, é possível esfriar a superfície do mar em até 1 oC.

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3. Água ensebada

A idéia é cobrir uma pequena área, na frente do furacão, com álcool estearílico (que parece um óleo e é usado em cosméticos). Isso impede a evaporação da água, cortando o suprimento de ar quente – que é o combustível do furacão. Os autores da idéia dizem que isso não poluiria o mar, pois a quantidade seria pequena – 100 gramas de álcool por km2 de oceano. “O impacto ambiental é desprezível”, jura Alamaro.

4. Canhões de ar

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Instale 20 turbinas de avião numa balsa, leve até a rota do furacão e dê a partida. Isso faz o ar quente subir com uma Pressão de 1 milhão de newtons . É o suficiente para criar pequenos ciclones artificiais, que se alimentam do calor do oceano. Quando o furacão chega ao local, o mar já está de 2 a 3 graus mais frio. Seria preciso ter uma frota de navios antifuracão, com custo de US$ 750 milhões anuais.

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