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Vulcões: Tragédia morro abaixo

Nos últimos cinco séculos, os vulcões fizeram 300 000 vítimas fatais. Conheça as piores erupções.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 31 ago 1999, 22h00

Claudio Angelo

No início de maio de 1902, os habitantes de Saint-Pierre, capital da colônia francesa da Martinica, no Caribe, começaram a desconfiar que algo de horrível estava para acontecer. Havia dias que o Monte Pelée, um vulcão próximo à cidade, estava expelindo fumaça. De olho nas eleições, marcadas para aquele mês, o governador da ilha aconselhou a população a não entrar em pânico. O vulcão, garantiu, estava extinto.

Mas às 8h02 do dia 8 de maio, o Pelée voltou da aposentadoria. Uma das faces da montanha simplesmente se derreteu e uma nuvem ardente queimou e sufocou quase todos os 29 000 ilhéus. Só escaparam um sapateiro e um presidiário chamado Auguste Ciparis, cuja cela resistiu ao calor.

Nos últimos 500 anos, as erupções já causaram mais de 300 000 mortes, no mundo inteiro. Embora inevitáveis, tragédias como a do Pelée e a do Nevado del Ruiz, na Colômbia, em 1985, poderiam ter sido minimizadas se as autoridades tivessem alertado a população.

Há ocasiões em que o problema não é a erupção em si, mas suas conseqüências indiretas. Foi o caso do Tambora, em 1815, e do Krakatoa, em 1883, ambos na Indonésia. O Krakatoa provocou um maremoto que arrasou o litoral das ilhas da região, matando 36 000 habitantes. A erupção do Tambora, considerada a maior catástrofe vulcânica da História, carbonizou 10 500 moradores da Ilha de Sumbawa. Mas o pior veio depois. As cinzas despejadas num raio de 990 quilômetros destruíram todas as colheitas. Outros 80 000 indonésios morreram de fome nos meses seguintes.

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Cidade-cemitério

As autoridades da Colômbia já haviam sido avisadas de que o Nevado del Ruiz poderia entrar em erupção a qualquer momento no segundo semestre de 1985. Ninguém moveu uma palha para alertar as cidades ao redor do vulcão. Em novembro, a previsão se realizou.

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Um lahar – avalanche de neve derretida e rochas – desceu velozmente a encosta da montanha, atingindo em cheio a cidade de Armero, a 40 quilômetros do vulcão. Dos 25 000 moradores, só 2 000 sobreviveram. Armero, como Pompéia, foi sepultada. Até hoje está debaixo da lama.

A lenda de Atlântida

Em 1450 a.C, uma erupção destruiu uma parte da ilha grega de Thera (atual Santorini), no Mar Egeu. O vulcão cuspiu mais de 100 milhões de toneladas de pedra, lava e cinzas e provocou um maremoto de 40 metros de altura. Para alguns arqueólogos, essa onda gigante foi a responsável pela extinção da civilização minóica, que habitou a Ilha de Creta. Daí pode ter surgido a lenda de Atlântida.

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Pompéia, ano 79

Até o dia 24 de agosto do ano 79, as cidades de Pompéia, Herculano, Estábia e Oplonte, no sul da Itália, eram uma das regiões mais badaladas do Império Romano. Lá, os cidadãos enriquecidos com o comércio iam se divertir, fosse nas praias de água azul-turquesa do Mar Tirreno, fosse em festas regadas a bons vinhos. O que ninguém sabia era que o Monte Vesúvio, a montanha onde se plantavam as famosas parreiras do local, viria a ser uma fonte de desgraça. Naquele tórrido dia de verão, o Vesúvio despertou, depois de milênios adormecido. Uma nuvem de cinzas escureceu o dia e, depois de um terremoto violento, uma nuvem de pedras flamejantes, cinzas e gases se abateu sobre Pompéia. Quem não morreu queimado nem asfixiado acabou sob 4 metros de pedras, pó e lava. Pompéia só seria desenterrada dezessete séculos depois, em 1748.

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