20 segundos para entender o enrosco de Temer
Novo trecho da gravação de Joesley deixa tudo mais didático. E isso complica de vez a situação para o governo.
O caso Temer agora está mais didático. A versão periciada da gravação, você sabe, veio com trechos novos, que estavam inaudíveis no original. Numa dessas partes recém decifradas Temer avisa Joesley que seu braço direito para fins escusos agora é Rodrigo Rocha Loures, não mais o ex-ministro Geddel Vieira Lima, investigado pela PF justamente por receber propina de Joesley:
Joesley: Pra mim falar contigo qual é a melhor maneira … porque eu vinha falando através do Geddel…
(…)
Joesley: É o Rodrigo?
Michel Temer: O Rodrigo.
Joesley: Ah, então ótimo.
TRECHO NOVO – Michel Temer: (lninteligivel) pode passar por meio dele, viu?
Joesley: (lninteligível).
Michel Temer: Da minha mais estrita confiança.
Joesley: Tá.
Essa conversa aconteceu no dia 7 de março. Corta agora para 28 de abril e temos Rodrigo Rocha Loures correndo pelas calçadas dos Jardins com uma mala recheada com R$ 500 mil, dados de presente pela JBS.
Mais prova do que isso, só se tivéssemos uma filmagem de Temer jogando maços de notas de R$ 50 na privada enquanto a polícia bate na porta.
Aos deputados que pretendem votar contra o afastamento de Temer caberá fingir que os fatos acima são fantasia, o que significaria uma confissão pública de cumplicidade.
Temer precisa de 172 votos para se livrar do afastamento – e só ser investigado quando o mandato terminar. Que ele tem pelo menos 172 deputados amigos é fato. Agora, se esses amigos estão dispostos a fazer essa confissão de cumplicidade diante das câmeras, sob uma audiência de final de copa do mundo, é outra história.