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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Mentes contaminadas: 18% dos americanos não pretendem se vacinar

O lado meio cheio do copo: no Brasil, mesmo com um presidente que se recusa a tomar, só 7% mantêm o pensamento negacionista.

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Atualizado em 23 jul 2021, 12h12 - Publicado em 16 jul 2021, 16h55

Tuíte do jornalista Marcos Nogueira, escrito em 29 de junho: “Hoje precisei dispensar a diarista, mulher de 57 anos, porque ela se recusa a tomar vacina. Preferiu perder a casa a voltar vacinada em 2 semanas ou, sei lá, mentir… eu não iria exigir a carteirinha de vacinação”.

Marcos conclui lembrando que tal atitude é consequência do comportamento presidencial. É o que acontece quando o mandatário da República insiste, ele próprio, em não se imunizar. E diz o tempo inteiro que tomar vacina ou não é uma decisão de caráter puramente individual.

Não é. Tomar água em vez de refrigerante é uma decisão individual. Vacina é uma decisão coletiva. Você não toma só para se proteger. Toma para salvaguardar a vida dos outros também.

Vacina não é questão do que você acha ou deixa de achar. Se um asteroide estiver em rota de colisão com a Terra, pouco importa sua opinião ou a minha sobre quais serão as consequências. Quem vai dizer isso são as pessoas que dedicaram a vida a estudar séculos de conhecimento acumulado pela humanidade: os cientistas.

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Só essas pessoas terão as ferramentas para saber onde o asteroide vai cair, qual será o grau de destruição, e o que fazer para evitar a tragédia (lançar um foguete que se guie pelas equações de Newton com uma ogiva que exploda de acordo com as equações de Einstein talvez ajude).

No caso da Covid, vale o mesmo. Não importa a opinião do político, do líder religioso, do maluco do YouTube. Só interessa o que diz a ciência. E ela é clara, cristalina: ou a imensa maioria se vacina, ou nada feito.

A boa notícia é que o grosso dos brasileiros não pensa como o presidente. Uma pesquisa do instituto Ipsos divulgada em junho constatou que o Brasil é o país com mais gente pró-vacina entre as 15 nações que participaram da enquete: 93% da população está disposta a se vacinar. Um belo progresso. Em dezembro de 2020, o mesmo Ipsos apontava uma adesão de apenas 78%.

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Nos EUA, a realidade é outra. E pior. Uma pesquisa da rede CBS levantou que 11% ainda não se decidiram se vão ou não se vacinar. E 18% já decidiram que não, não tomam de jeito nenhum. Ou seja: há o risco de um terço da população adulta de lá não se vacinar porque não quer – algo que, sim, pode colocar o excelente programa de imunização deles em risco. Uma cobertura vacinal de 70% pode não ser o bastante para evitar novas ondas.

O comportamento antivacina por lá é claramente uma decisão política. Entre os eleitores do Partido Republicano, 29% não vão tomar jamais, e 13% ainda estão indecisos. Quase metade dos americanos que seguem essa corrente política simplesmente não confia na ciência. E coloca o resto do planeta em risco por conta dessa picuinha.

Tudo como se ciência fosse mesmo uma questão de política. Não é. A ciência paira acima das rusgas entre conservadores e progressistas. Está anos-luz à frente dos assuntos mundanos que movem a cabeça dos políticos.

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Entender isso não é mais algo meramente filosófico. É uma questão de vida ou morte.

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