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Alexandre Versignassi

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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O esquizofrênico balanço da Covid no Brasil

Ao mesmo tempo em que vacinou uma porcentagem maior de sua população do que a Suíça, o país registra uma proporção de mortos equivalente à da Romênia e de outras nações onde a Covid foi avassaladora.

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Atualizado em 18 fev 2022, 10h29 - Publicado em 18 fev 2022, 10h24

Com 71% da população vacinada  com duas doses, o Brasil deixou para trás a Suíça (segundo maior IDH do mundo; 67%), Israel (pioneiro da vacinação em massa; 67%) e os Estados Unidos (que bancaram boa parte do desenvolvimento dos imunizantes; 64%).

A cobertura vacinal, até o início de fevereiro, estava a par com a de vários países desenvolvidos menos atrapalhados pelo negacionismo. Empatávamos com a Holanda (71%), e chegávamos perto de Reino Unido (73%), Noruega (74%) e Suécia (73%). Também não estávamos longe de duas das grandes referências globais no combate à Covid: Austrália e Nova Zelândia (80% cada).

 

Esses números talvez caíssem bem num comunicado oficial de governo. Comunicados oficiais, porém, seguem a filosofia do ex-Ministro da Fazenda Rubens Ricúpero: “O que é bom a gente mostra; o que é ruim a gente esconde”. 

Como isto não tem nada de comunicado oficial, vamos ao lado meio vazio do copo. Mesmo com os ótimos números de vacinação que atingiu, o país manteve-se firme como um daqueles onde a Covid mais matou. 

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A forma mais precisa de medir isso é checar as mortes a cada 100 mil habitantes. E aí estamos em má companhia. 

Com 300 mortos a cada 100 mil brasileiros, ocupávamos no início de fevereiro a 14ª posição nessa lista, entre os 197 países monitorados pela Universidade Johns Hopkins, dos EUA. Estávamos ombro a ombro nesse rol com Romênia (314 mortos/100 mil moradores), Eslováquia (330) e Croácia (349).

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Com um agravante: os índices de vacinação nesses países são pífios comparados aos nossos: 54% na Croácia, 49% na Eslováquia, 41% na Romênia. Entre as nações à nossa frente, e com tantos vacinados quanto a gente, só o Peru – proporcionalmente o mais devastado pela Covid, aliás (637/100 mil).  

 

Os EUA, país com mais mortes em números absolutos (904 mil), aparecem em 21º na lista ponderada – uma posição desonrosa, mas melhor do que a nossa. E claro: por esse quesito seguimos na segunda posição do ranking global, com 632 mil – bem à frente dos 504 mil da Índia, a terceira colocada (mas com uma população 6,6 vezes maior e apenas 53% de vacinados).

No fim das contas, somos um dos poucos que aparecem com destaque tanto na lista de países que mais vacinaram como na de mortos por Covid a cada 100 mil habitantes. 

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Trata-se de um dado esquizofrênico. Mas que só reflete a realidade torta em que temos vivido.

De um lado, uma população mais lúcida que entende a importância das vacinas e abraçou-as com mais intensidade que a de boa parte dos países desenvolvidos.

Do outro lado, um governo que não está à altura do povo pelo qual deveria zelar. Um governo que, em vez de ter patrocinado mais medidas para conter a pandemia, principalmente quando não havia vacinas, preferiu passar os seus dias lutando contra moinhos de vento.

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