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Alexandre Versignassi

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Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Privatizar a Casa da Moeda não é problema. Nosso buraco é outro

Quase todos os países do mundo terceirizam a fabricação do próprio dinheiro. O problema no Brasil é a falta de moral do governo para propor qualquer mudança

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 ago 2017, 14h27 - Publicado em 24 ago 2017, 13h03

Sobre a privatização da Casa da Moeda. São 193 os países filiados à ONU. Desses, 150 têm o seu dinheiro de papel produzido por uma empresa privada, a De La Rue, fundada em 1821.

Eles fazem as libras, uma parte das notas de euro, diversos pesos, e, como são da velha guarda, já imprimiram cruzeiros para o Brasil. Também produzem passaportes, selos e cartas de baralho.

O faturamento da De La Rue em 2016 foi de R$ 1,8 bilhão. O da Casa da Moeda brasileira, de R$ 2,4 bilhão. Ou seja: o governo paga mais para a Casa da Moeda do que 150 países juntos pagam para a De La Rue. Recentemente, o Banco Central encomendou uma batelada de notas de R$ 2 para a estatal, pagando 40% a mais pelas cédulas do que pagava para o fornecedor antigo, uma gráfica da Suécia. Por essas, a Casa da Moeda está na mira da Polícia Federal: a Operação Esfinge investiga R$ 6 bilhões em contratos superfaturados, que teriam envolvido R$ 70 milhões em propina. Não chega a ser uma Lava Jato, mas já mostra o quão lamacento é o terreno em volta da gráfica que fabrica o nosso dinheiro.

Ineficiência à parte, o fato é que imprimir dinheiro é um negócio igual outro qualquer, tanto que a própria Casa da Moeda do Brasil faz cédulas de pesos para a Argentina, e nós mesmos encomendamos notas para de vez em quando para fora, caso das notas de R$ 2 que eu mencionei ali em cima. O dono da impressora pode ligar as máquinas de madrugada para imprimir dinheiro pros parentes? Pode. Do mesmo jeito que o McDonald’s pode usar os pontos de venda que tem para traficar crack. Que dá, dá, mas o risco é grande o bastante para que não valha a pena cogitar a hipótese.

Não digo isso para dar aval a este governo. Um governo com índice de rejeição acima de 90% e manchado por evidências gritantes de corrupção não tem moral nem para privatizar, nem para estatizar. Se este governo declarar guerra contra a Coreia do Norte, capaz de bombar a venda de camiseta da Coreia do Norte na 25 de Março. Mas nada justifica usar a mentira como arma ideológica. E semear que a privatização da Casa da Moeda significa uma perda de soberania nacional é espalhar uma mentira.

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