Apple mostra chips M1 Pro e M1 Max – e novo MacBook Pro com 21h de bateria
Novos processadores têm até 10 núcleos e, na versão Max, GPU com potência equivalente ao PlayStation 5; lançamento deve colocar a Apple na liderança isolada de performance, mas preços são altos - no Brasil, modelo mais caro vai custar o valor de um carro 0 km.
Novos processadores têm até 10 núcleos e, na versão Max, GPU com potência equivalente ao PlayStation 5; lançamento deve colocar a Apple na liderança isolada de performance, mas preços são altos – no Brasil, modelo mais caro vai custar o valor de um carro 0 km.
O evento começou com a terceira geração dos AirPods: eles têm design ligeiramente diferente, um alto-falante redesenhado e a função Adaptive EQ, que altera automaticamente a equalização do som – como nos AirPods Pro. Segundo a Apple, a bateria do novo modelo dura 6 horas (e a caixinha recarrega os fones cinco vezes, totalizando 30h de uso). O fone vai custar US$ 179 – e a geração anterior dos AirPods continuará à venda, mas agora por US$ 129. Essa redução pode ser especialmente relevante no Brasil.
Em seguida, a Apple apresentou o chip M1 Pro, seu processador de alto desempenho. Ele é uma evolução do M1, que foi lançado há um ano e levou os Macbooks a alcançar inéditas 18 horas de autonomia de bateria. O M1 Pro tem dez núcleos, dois a mais do que o M1, e em proporção diferente: são oito núcleos Firestorm, de alto desempenho, que só são acionados em tarefas pesadas, e dois Icestorm, que gastam pouca energia e ficam ligados o resto do tempo (no M1, eram 4 núcleos de cada tipo). Ou seja, o M1 Pro tem o dobro de núcleos Firestorm. Esse rearranjo proporciona um salto de desempenho: segundo a Apple, o novo chip é até 70% mais rápido do que o antecessor.
A GPU -aceleradora de vídeo integrada- agora tem 16 núcleos, o dobro do M1. É bastante coisa (o M1 era capaz de executar 2,6 trilhões de operações por segundo, ou seja, sua GPU era um pouco mais potente do que um PlayStation 4). Outra novidade relevante é o Media Engine: o M1 Pro tem circuitos dedicados à compressão de vídeo, o que deverá torná-lo bem mais rápido na exportação de vídeos editados no Final Cut Pro. A Apple não mencionou, mas o Media Engine provavelmente também funcionará no Adobe Premiere e no DaVinci Resolve, que deverão ser atualizados.
O M1 Pro já seria um salto grande. Mas a Apple revelou outro processador: o M1 Max. Ele também possui dez núcleos, mas sua GPU integrada é enorme: tem 32 núcleos, totalizando 4.096 “unidades de execução”, e é capaz de executar 10,4 trilhões de operações por segundo – performance equivalente a um PlayStation 5. Mas, na prática, essa potência toda será usada para renderizar gráficos em softwares profissionais (de arquitetura, vídeo, modelagem 3D). Não em games, pois infelizmente há poucos para Mac.
Daria para resolver o problema desenvolvendo uma “camada de compatibilidade” como o Proton, um software que foi criado pela Valve (criadora da plataforma Steam) e hoje permite rodar a maioria dos games de Windows no Linux, com excelentes resultados. Para fazer isso, seria preciso superar dois obstáculos: além de converter ou simular recursos e bibliotecas do Windows (das quais os games dependem), também seria necessário traduzir instruções da arquitetura x86 para a ARM, que é a usada na família de processadores M1. Ou seja, não é uma tarefa trivial. Mas a Apple já conseguiu fazer isso com a maioria dos principais softwares x86, que rodam nos chips M1. Faltam os games.
O M1 Pro e o M1 Max estarão disponíveis no novo MacBook Pro. Ele é de alumínio, seguindo a estética da Apple, e terá versões com tela de 14 e 16 polegadas. Ambas têm um “entalhe” na parte de cima, como nos iPhones – é onde fica a webcam. O laptop também tem entrada para cartão de memória e saída HDMI, coisas essenciais para usuários profissionais (e que estavam ausentes do MacBook Pro anterior).
Outra novidade é que, graças aos novos processadores, o laptop suporta até 64 gigabytes de memória RAM (antes, eram 16 GB). Segundo a Apple, o MacBook Pro de 14 polegadas alcança 17 horas de autonomia; no irmão maior, com tela de 16″, são 21 horas de bateria.
Quando foi lançado, ano passado, o M1 igualou e em alguns casos superou o desempenho dos chips da Intel e da AMD. O M1 Pro e o M1 Max têm potencial para colocar o MacBook Pro na liderança isolada de performance, especialmente em softwares que já tiverem sido convertidos para a arquitetura ARM.
Os novos MacBooks Pro vão custar US$ 1.999 (com tela de 14″) e US$ 2.499 (16″), ambos com 16 gigabytes de memória RAM e chip M1 Pro. Já o processador M1 Max só está disponível na versão de 16″ topo de linha, que vem com 32 GB de RAM e custa US$ 3.499. No Brasil, os respectivos preços são R$ 26.999, R$ 32.999 e espantosos R$ 45.499 – o mesmo valor de um automóvel Fiat Mobi 1.0 zero-quilômetro.