Chegaram os netbooks com sistema operacional do Google. Você compraria um?
Aleluia. Depois de quase dois anos, o Google finalmente cumpriu o prometido: estão chegando (aos EUA) os primeiros netbooks equipados com o sistema Chrome OS. Eles não têm programas – só um navegador, o Chrome. A ideia é que você faça tudo online, utilizando os serviços do Google, como o Docs, o Picasa e o […]
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=TVqe8ieqz10&w=640&h=390%5D
Aleluia. Depois de quase dois anos, o Google finalmente cumpriu o prometido: estão chegando (aos EUA) os primeiros netbooks equipados com o sistema Chrome OS. Eles não têm programas – só um navegador, o Chrome. A ideia é que você faça tudo online, utilizando os serviços do Google, como o Docs, o Picasa e o Music. A vantagem disso é que a máquina é muito rápida (segundo o Google, dá boot em 8 segundos), não pega vírus e dificilmente dá pau – e se der, tudo bem, pois todos os seus arquivos ficam salvos online.
Os dois primeiros ‘Chromebooks’ serão fabricados pela Samsung – cujo modelo tem tela de 12″ e custa US$ 429 (US$ 499 pela versão com 3G) – e pela Acer, que oferece tela de 11,6″ e preço um pouco melhor, US$ 349. Valem a pena?
1. O Chromebook é caro demais. Pelo mesmo preço do modelo mais barato, compra-se um netbook com Windows. Eu sei: o Windows 7 é pesado demais para um netbook, pode pegar vírus, dar problemas etc. Mas como convencer o usuário leigo a escolher uma máquina com muito menos recursos, sem HD e que só funciona 100% se estiver conectada à internet, pelo mesmo preço de um modelo com Windows e 250 giga? Só se a pessoa estiver procurando uma máquina deliberadamente simples, pra usar como segundo computador. O problema é que esse mercado já está dominado. E você sabe por quem.
2. O iPad chegou antes. O Chromebook possui duas vantagens em relação a um iPad: tem teclado e roda Flash. O teclado você pode usar para escrever textos, fazer planilhas e apresentações no Google Docs. O resultado é OK, mas semi-amador: para uso sério, profissional, a ferramenta online do Google nem chega perto do Microsoft Office (ou mesmo do OpenOffice). O GDocs é um pacote de escritório para diletantes. Nada contra isso. Só que, para esse uso mais leve, um iPad também dá conta – é só comprar o teclado Bluetooth. E se você realmente precisa escrever e editar documentos, nenhum dos dois é ideal: o certo mesmo é ter uma máquina de verdade, com um sistema operacional de verdade.
A outra vantagem do Chromebook, rodar Flash, também é pouco significativa – tirando uma ou outra omissão, os aplicativos do iPad substituem bem os sites baseados em Flash. Não rodar Flash é um saco. Mas já não é o fim do mundo. Em todos os demais critérios (tamanho, peso, design, livros e revistas, games, apps), o iPad ganha fácil do Chromebook. Nenhum dos dois substitui um computador de verdade. Mas, como segunda máquina, o iPad é bem superior – e, para a maioria das pessoas, mais atraente.
* * *
Não me entenda mal. O Chrome OS é uma ideia bacana e tecnicamente admirável. Tem qualidades, como o conceito de self-healing (o sistema operacional se repara sozinho em caso de problemas), que serão copiadas por todo mundo. Mas estamos em 2011 – e os Chromebooks parecem ter perdido o bonde da história. Sorry, Google.