China lança primeiros satélites que irão formar supercomputador no espaço
Rede completa terá até 2.800 satélites, conectados por uma rede laser de 100 Gbps, e será capaz de processar 1 quintilhão de operações matemáticas por segundo
No dia 14 de maio, às 12:12 da madrugada, um foguete Long March 2D decolou do Centro de Lançamento de Jiuquan, no norte da China, levando 12 satélites. Eles foram desenvolvidos pela startup chinesa ADA Space em parceria com o Zhejiang Lab, e são as primeiras peças de um projeto ousado: um supercomputador na órbita terrestre.
Ele será formado por 2.800 satélites, que juntos serão capazes de executar 1 quintilhão de operações matemáticas por segundo (exaOPS). Segundo a ADA Space, os doze satélites que já estão no espaço têm ao todo 30 terabytes de espaço para armazenamento de dados, e trocam dados entre si usando uma conexão laser com velocidade de até 100 Gbps.
Cada um deles roda o próprio algoritmo de inteligência artificial – mas é um modelo pequeno, com apenas 8 bilhões de parâmetros, similar ao que você pode instalar num PC doméstico. A eventual serventia da constelação, quando ela estiver formada, está na soma da capacidade dos satélites – e em sua localização.
Manter um supercomputador no espaço permite pode representar uma vantagem geoestratégica considerável. Ele poderia receber e processar os dados de naves e sondas espaciais, por exemplo, mesmo em caso de bloqueio (jamming) dos receptores em terra – algo que poderia ocorrer numa situação de guerra.
Também poderia servir como um backup, guiando operações e sistemas militares, se houvesse o comprometimento de sistemas e redes terrestres. A ADA Space não fala em nada disso: só menciona usos civis para a rede de satélites, a que ela se refere como “Constelação Computacional de Três Corpos”. Os comunicados oficiais não trazem maiores informações sobre o nome (que guarda semelhança com “O Problema dos Três Corpos”, livro de ficção científica publicado em 2006 pelo escritor chinês Liu Cixin).
A decolagem do foguete Long March 2D foi o 26o lançamento do programa espacial chinês em 2025. Os satélites também carregam instrumentos científicos – como um medidor da polarização, desenvolvido pela Academia Chinesa de Ciências, que serve para detectar emissões de raios gama no espaço (fenômeno causado pela morte de estrelas).
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