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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.

Descobriram como gravar todo o conteúdo do Google – em 1g de DNA

Segredo está na transformação dos dados digitais, que são sequências de 0 e 1, nas quatro letras do código genético

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 set 2024, 15h19 - Publicado em 7 mar 2017, 11h50

A quantidade de informação produzida pela humanidade tem dobrado a cada dois anos, e está alcançando níveis astronômicos: estima-se que em 2020 estejamos gerando 44 zetabytes, ou 44 trilhões de GB, por ano. Por mais que fabriquemos discos rígidos (atualmente, 400 milhões por ano), a maior parte disso inevitavelmente será perdida. A única saída é apelar para um depósito de informações que existe há milhões de anos: o DNA.

Foi isso o que fizeram cientistas da Universidade Columbia, que conseguiram armazenar informações digitais em pedaços de DNA. Isso já havia sido feito antes (pela Universidade Harvard, em 2012), mas a grande diferença está na escala. Os pesquisadores dizem ter descoberto um jeito de gravar 215 petabytes, ou 215 milhões de gigabytes, em apenas 1 grama de DNA. Para você ter uma ideia do que isso representa: o índex do Google, que contém cópias de todas as páginas que ele “enxerga” na internet (130 trilhões), tem “bem mais de 100 petabytes“, segundo o próprio. Ou seja, um grama de DNA seria suficiente para armazenar, com folga, todo o conteúdo do Google.

Os cientistas usaram uma nova técnica, chamada DNA Fountain, para transformar os dados digitais (uma sequência de números 0 e 1) nas quatro “letrinhas” do DNA (A, C, G e T, que correspondem aos nucleotídeos adenina, citosina, guanina e timina), e depois remontaram os nucleotídeos na sequência desejada. Segundo eles, a taxa de erros foi menor do que 1%.

Por enquanto, é apenas uma experiência de laboratório: os pesquisadores gravaram uma quantidade pequena de dados, apenas 2 megabytes, e gastaram US$ 9.000 fazendo isso. Mas esse custo tende a cair, e um dia pode levar a cenários surreais: a ideia é que o DNA “digital” seja inserido em plantas, o que garantiria a sobrevivência dos dados – porque a própria reprodução delas se encarregaria de replicar, e preservar, as informações.

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