Assine SUPER por R$2,00/semana
Imagem Blog

Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Bruno Garattoni
Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
Continua após publicidade

“F1 2021” vai além das corridas – e explora o lado político do automobilismo

Pela primeira vez, game traz 'modo história' - em que você é um piloto que chega à Fórmula 1 e tem de encarar pressões, favorecimentos, intrigas de bastidor e ordens de equipe nem sempre justas

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 ago 2021, 17h01 - Publicado em 21 jul 2021, 16h27

Pela primeira vez, game traz ‘modo história’ – em que você é um piloto que chega à Fórmula 1 e tem de encarar pressões, favorecimentos, intrigas de bastidor e ordens de equipe nem sempre justas

“Fernando. Is faster. Than. You”. Essa frase, dita pausadamente pelo inglês Rob Smedley no GP da Alemanha de 2010, entrou para a história da Fórmula 1. Smedley estava dando um ultimato, pelo rádio, ao piloto Felipe Massa: a Ferrari havia decidido que ele deveria dar passagem a Fernando Alonso, seu companheiro de equipe. Massa resistiu, mas acabou obedecendo – como, anos antes, Rubens Barrichello tivera de ceder a ordens similares. O caso teve grande repercussão negativa, abalou Massa psicologicamente, e ficou marcado como um exemplo do lado ruim da F1: o jogo político que muitas vezes se sobrepõe ao mérito individual de cada piloto.

O episódio é reproduzido, ipsis litteris, em F1 2021– o novo game da Fórmula 1, que está sendo lançado para Xbox, PlayStation e PC. A principal novidade é que, pela primeira vez, há um modo história: ele se chama “Braking Point” (duplo sentido com “ponto de frenagem” e a expressão para “limite psicológico”, em inglês), e coloca você no papel de Aiden Jackson, um piloto inglês que é campeão da F2 e chega à F1. 

Você pode escolher a equipe em que Aiden vai entrar (Williams, Haas, Alpha Tauri ou Force India, que depois vira Aston Martin), mas isso não altera o enredo, que é o seguinte. Ele tem como companheiro de equipe o holandês Casper Akkerman, um veterano em fim de carreira que já não é tão rápido, mas não aceita perder para o garoto. Isso desencadeia uma série de incidentes – e acidentes -, com os dois brigando dentro e fora das pistas. 

Continua após a publicidade

A história é envolvente e bem contada, e fica mais interessante a partir da metade, quando os papéis se invertem: agora você é o holandês Akkerman, e tem de lutar contra o favorecimento da equipe ao piloto mais jovem, cujo carro recebe as melhores peças e é beneficiado por ordens do time (“Aiden is faster than you”). Também há um terceiro elemento: o piloto inglês Devon Butler, um manipulador que tenta jogar Aiden contra Akkerman para prejudicar o primeiro – e evitar que ele seja contratado pela Mercedes na temporada 2022.  

Imagem do jogo F-1 2021.
Aiden Jackson, protagonista do modo história, e o companheiro de equipe/rival Casper Akkerman (Electronic Arts/Reprodução)

O modo Braking Point tem 16 capítulos, todos relativamente curtos. Na maioria deles, você dirige por 7 a 10 voltas (não uma corrida inteira) e tem de cumprir metas específicas, como alcançar determinado carro ou ganhar certo número de posições – às vezes contornando problemas como estouros de pneu, falhas no carro, erros em pit stops etc. Por isso, a história não dura muito: umas 4 a 5 horas no máximo. Poderia ser bem mais. Mas é um bom ponto de partida, que o estúdio inglês Codemasters, autor de F1 2021, certamente irá desenvolver nas próximas edições do jogo – e deveria expandir até antes disso, lançando DLCs que continuem a história de Aiden. 

Continua após a publicidade

Modo história à parte, F1 2021 não tem grandes inovações. Os controles e a jogabilidade são quase idênticos aos da versão anterior – o sistema de danos em colisões e a simulação de física dos pneus foram aperfeiçoadas, mas são mudanças discretas. Os gráficos também estão iguais, exceto por uma coisa: no Xbox Series X (em que testamos o game) e no PlayStation 5, agora é possível escolher entre dois modos visuais. O tradicional, com resolução 4K e 60 quadros por segundo, e o “Performance”, que reduz a resolução para 1440p mas aumenta a taxa de quadros para 120 fps, o que deixa os movimentos mais fluidos (mas exige que a sua TV seja compatível, o que é raro).   

O modo de jogo My Team, em que você administra a própria equipe, ganhou algumas melhorias, com menus mais organizados – mesmo caso do sistema de desenvolvimento do carro, que ficou mais fácil de usar (é mais fácil de entender o que cada upgrade de motor ou chassi faz). Também dá para contratar um de seis “pilotos históricos” – Senna, Schumacher, Massa, Nico Rosberg, Jenson Button e David Coulthard – para correr no seu time. Mas isso só na edição “deluxe” do game, que é mais cara: custa R$ 370, contra R$ 300 da versão standard. Não vale os R$ 70 a mais. 

O jogo ainda não inclui todas as pistas da F1: Imola e Algarve, que entraram no campeonato em 2020, e Jeddah (Arábia Saudita), que estreia este ano, não estão presentes. A Codemasters promete adicioná-las, por meio de um download gratuito, nos próximos meses. Outro porém é que não dá para exportar os setups (acertos de carro) de F1 2020 para a nova versão. Se você quiser transferir os seus acertos personalizados – essenciais para ser competitivo em corridas online – o único jeito é anotá-los no papel e depois refazer tudo, um por um.

Continua após a publicidade

A Codemasters (que em dezembro foi comprada pela gigante Electronic Arts) tem exclusividade sobre os jogos de Fórmula 1. Por isso, como não sofre competição, ela frequentemente é acusada de não se esforçar muito nas novas versões do game. Tanto que alguns jogadores apelidaram a franquia F1 de “Fifa de corrida” – em referência à série de futebol Fifa, da EA, que às vezes traz poucas novidades de um ano para outro. Mas, desta vez, foi diferente: F1 2021 é um upgrade relevante e desejável. Seu modo história, embora breve, captura o lado humano da Fórmula 1 – no mínimo tão interessante quanto as corridas em si. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.