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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.

Nova versão do iOS vai ter “botão antipolícia”

Novidade é resposta da Apple à postura do governo americano, que tem obrigado manifestantes a destravar seus iPhones

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 set 2024, 15h11 - Publicado em 17 ago 2017, 15h17

A novidade foi descoberta na versão beta do iOS 11, e permite desligar rapidamente o sensor de impressões digitais do iPhone. É só apertar cinco vezes o botão Power, e aí aparece um menu com as seguintes opções: telefonar para o número de emergência (que nos EUA é 911) ou desabilitar o Touch ID – ele deixa de funcionar, e para acessar o iPhone você tem de digitar a senha numérica previamente cadastrada no aparelho.

Nos EUA, a polícia tem o poder de confiscar, e abrir, o celular de pessoas suspeitas. Mas ela tem abusado desse poder – em março, 100 participantes de uma marcha contra o presidente Donald Trump tiveram os telefones confiscados e abertos pela polícia, mesmo sem ter cometido nenhum crime. Houve vários casos assim pelo país, inclusive em aeroportos – onde até cidadãos americanos têm sido forçados a destravar seus celulares e entregá-los para as autoridades.

O recurso do iOS tira proveito de uma brecha na lei americana. A polícia pode pegar a sua mão à força e encostar o seu dedo no celular para destravá-lo com a impressão digital; mas não pode obrigar você a revelar suas senhas. A ideia é que, caso se vejam em situação de risco, os donos de iPhone possam desativar o Touch ID de forma rápida e discreta (até o iOS 10, para fazer isso era necessário entrar nas configurações do sistema e reiniciar o celular, o que os policiais teriam mais chances de perceber).

Não é certo que a função vá estar presente na versão final do iOS 11, que será liberada nas próximas semanas. Mas é provável que sim: o governo Trump tem endurecido as tentativas de vigilância eletrônica contra opositores, o que é malvisto no Vale do Silício. Nesta semana, exigiu os endereços IP (número que identifica cada computador ligado à rede) de 1,3 milhão de pessoas – só porque elas acessaram o site disruptj20.org, que foi criado para organizar protestos na posse do presidente, dia 20 de janeiro.

LEIA TAMBÉM: Erro do FBI travou iPhone de terrorista; entenda briga dos EUA com a Apple

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