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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.

O que é o “ruído marrom”, que promete acalmar o cérebro e combater o déficit de atenção

Ele combina várias frequências, remete a um fenômeno natural descoberto em 1827 pelo biólogo escocês Robert Brown e é a nova modinha do TikTok, onde já soma 88 milhões de execuções. Ouça o som - e saiba qual é a ciência por trás de seu suposto efeito.

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Atualizado em 6 set 2024, 10h22 - Publicado em 31 out 2022, 15h27

Ele combina várias frequências, remete a um fenômeno natural descoberto em 1827 pelo biólogo escocês Robert Brown e é a nova modinha do TikTok, onde já soma 88 milhões de execuções. Ouça o som – e saiba qual é a ciência por trás de seu suposto efeito.

Primeiro, vamos ouvir. Clique em play, abaixo, para escutar uma amostra do “ruído marrom”:

Até que é relaxante, não? Parece o som do mar, ou do vento. Mas é o brown noise (“ruído marrom”), que virou modinha no TikTok – onde os vídeos com a hashtag #brownnoise somam 88 milhões de visualizações. Supostamente, esse som tem até o poder de aliviar sintomas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Mas o que é o ruído marrom? E por que ele tem esse nome?

Talvez você não saiba, mas existem alguns sons com nomes de cor. Os mais conhecidos são o “ruído branco”, que contém a mesma intensidade sonora em todas as frequências audíveis pelo ouvido humano (o resultado lembra o som emitido por uma TV fora do ar), e o “ruído rosa”, que também é uma mistura de todas as frequências, só que um pouco mais intenso nos sons médios.

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O ruído marrom é como o branco e o rosa, só que mais grave – porque as frequências médias e agudas estão presentes em menor proporção. Ele tem esse nome por causa do movimento browniano, um fenômeno identificado pelo biólogo escocês Robert Brown em 1827. 

Brown constatou que, quando partículas estão suspensas em um meio (ele usou pólen, mergulhado na água e observado por um microscópio), tendem a se movimentar de uma forma aleatória, mas ao mesmo tempo característica. Veja abaixo.  

ilustração
Simulação do movimento browniano de cinco partículas (bolinhas em amarelo) dentro de um conjunto maior, com 800 partículas. (Wikimedia Commons/Reprodução)
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O ruído marrom tem esse nome porque, se ele for representado graficamente, o resultado fica similar à representação de um padrão browniano, com mais elementos de baixa frequência (que oscilam menos vezes por segundo) e menos elementos de alta frequência (que oscilam mais vezes por segundo). Na prática, ele é mais agradável aos ouvidos do que os outros ruídos “coloridos”, já que é menos agudo – e por isso começou a fazer sucesso nas redes.

Mas e o déficit de atenção, onde entra? Existem alguns estudos científicos demonstrando que o ruído branco realmente pode melhorar a concentração de crianças com TDAH. Os adeptos do ruído marrom, sobre o qual não há estudos similares, simplesmente transpuseram essas conclusões. 

Uma hipótese sobre o efeito do ruído branco (e, presumivelmente, do marrom) é que ele cria um estímulo constante, que ocupa e sacia o cérebro – atenuando a sensação de inquietação e desconcentração causada, em quem sofre de TDAH, pela falta do neurotransmissor dopamina

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Ele é, no mínimo, bem calmante – lembra o som de ondas quebrando na praia. E mal não faz. Desde que você tome um cuidado bem importante: o volume dos seus fones de ouvido. A exposição prolongada a sons altos causa danos auditivos irreversíveis – e aqueles contínuos e agradáveis, como o ruído marrom, podem ser especialmente perigosos (porque o volume pode não parecer tão alto quanto realmente está).   

Se você for escutar o ruído marrom – o YouTube está cheio de versões e variações, com chuva e outros sons relaxantes adicionados -, ouça sempre em volume baixo e evite a exposição contínua (parando a cada 15 ou 30 minutos, por exemplo, para dar tempo de os ouvidos descansarem).

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