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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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Teste Super: Google Nest Audio

Ela não reescreve as leis da física. Mas consegue uma qualidade de som muito superior às smart speakers básicas - mantendo preço e tamanho aceitáveis

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 abr 2021, 17h56 - Publicado em 14 abr 2021, 15h26

Ela não reescreve as leis da física. Mas consegue uma qualidade de som muito superior às smart speakers básicas – mantendo preço e tamanho aceitáveis

Talvez você se lembre, das aulas de física no colégio, da relação entre frequência e comprimento de onda. Quanto mais alta é a frequência de uma onda, mais vezes ela oscila a cada segundo – e, portanto, menor o seu comprimento. Os sons agudos são de alta frequência, e por isso suas ondas são relativamente curtas. Uma onda sonora de 2 kilohertz, como a produzida por um violino, tem apenas 17 centímetros. Já uma onda sonora de 100 Hertz, como a gerada por um baixo, mede espantosos 3,4 metros. Ela é gigante.

O resultado disso é o seguinte: para produzir sons graves, você precisa movimentar (a rigor, vibrar) muito mais ar. É por esse motivo que alto-falantes pequenos têm graves fracos. Eles não conseguem deslocar ar na quantidade necessária para pressurizar o lugar onde você está (os fones de ouvido são uma exceção, pois ficam encostados nas orelhas ou dentro delas, e por isso conseguem pressurizar o canal auditivo movendo uma quantidade minúscula de ar).

A partir dos anos 1950, foram surgindo várias técnicas para tentar contornar o problema, como caixas de som do tipo bass reflex (com um duto na parte de trás), alto-falantes feitos de materiais mais rígidos, equalização digital automática (DSP), mil coisas. Até certo ponto, elas funcionam. O problema é que, ao mesmo tempo, a música foi perdendo terreno. Até os anos 1980, era comum ver caixas e aparelhos de som grandes nas salas das casas; hoje, a maioria das pessoas só tem espaço ou interesse para uma caixinha de som Bluetooth, que costuma ser muito pequena – e ter bastante dificuldade com os sons graves. Isso também vale para as smart speakers mais simples e compactas, como a Nest Mini, do Google, e a Echo Dot, da Amazon.  

A resposta do Google é a Nest Audio, que está sendo lançada no Brasil. Trata-se de uma caixa de som intermediária, que custa R$ 849 (embora já esteja a R$ 765 em várias lojas) e é um pouco maior: mede 17x12x8 cm, o tamanho de um livro grosso. Ela é arredondada, revestida por tecido, e muito discreta – cabe em qualquer canto, e tende a ‘sumir’ na decoração da casa (especialmente na versão branca; a caixa também é vendida na cor chumbo). Os botões de volume e play/pause são sensores embutidos na Nest Audio (basta tocar a parte de cima ou os cantos dela), um detalhe especialmente elegante.  

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(Google/Divulgação)

Ao contrário das smart speakers básicas, que têm apenas um alto-falante, a Nest Audio possui dois: um woofer com 7,5 cm de diâmetro, para os sons graves e médios, e um tweeter de 1,9 cm para os sons agudos. Não é nada de outro mundo (o woofer ainda é bem pequeno), mas é o suficiente para dar um salto em relação à Nest Mini. Os graves são muito mais presentes, alcançando nível satisfatório na maioria das músicas, e têm algum grau de detalhamento – não são os graves “de uma nota só” das caixas mais pequenas. 

Para conseguir isso, a Nest Audio equaliza fortemente o som. Dá para perceber que ele é altamente processado: os níveis das frequências são alterados, de modo imprevisível e às vezes até estranho, de uma música para outra (em algumas músicas a Nest Audio enfatiza as vozes mas em outras prioriza o baixo ou as guitarras, por exemplo, sem que essas diferenças estejam presentes nas gravações originais). O resultado é claramente artificial, mas agradável – é como comer um prato temperado com glutamato monossódico.   

Todo esse processamento, mais as restrições físicas dos dois alto-falantes (o woofer claramente trabalha no limite), afetam os sons médios – que às vezes embolam com os graves. Em algumas músicas, os agudos também parecem um pouco aquém do ideal. Esses efeitos colaterais, em especial a perda de agudos, são mais frequentes com o Spotify (com o serviço Tidal, que transmite as músicas sem compressão, nem tanto). A explicação pode estar no formato Ogg Vorbis, que o Spotify usa para transmitir e tem um problema clássico com o Chromecast. Esse gadget não possui suporte nativo ao formato Ogg, e o stream precisa ser convertido para AAC, o que exige uma recompressão e afeta a qualidade de áudio. É possível que a Nest Audio seja afetada pelo mesmo fenômeno.

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(Google/Divulgação)

Mas essas coisas são filigranas jurídicas. Não devem incomodar o público-alvo da Nest Audio: pessoas que querem um pouco mais de qualidade de som, mas não são audiófilas. A caixa é pequena, discreta, toca alto e sem distorções evidentes, e está um degrau acima das smart speakers mais básicas.

A Nest Audio tem três microfones, e por isso capta comandos de voz mesmo de longe ou quando a música está alta, a 70% do volume máximo (algo que a Nest Mini não conseguia). O Google Assistente também evoluiu bastante desde o final de 2019, quando as primeiras caixas inteligentes foram lançadas no Brasil. Ficou bem mais fácil criar uma rotina de ações personalizada, por exemplo – você digita o comando de voz que irá dar, e seleciona quais tarefas o Assistente irá executar em sequência (como desligar o despertador, ler a sua agenda do dia e tocar uma determinada playlist, por exemplo). 

Ele também pode ser usado para controlar eletrodomésticos e lâmpadas inteligentes, que pouca gente tem. Na prática, você acaba usando os comandos de voz só para pedir alguma música ou emissora de rádio, checar a previsão do tempo e pesquisar coisas simples no Google. Não é revolucionário, mas é útil e se torna parte da rotina – a ponto de fazer as caixinhas Bluetooth comuns, que não têm o Assistente, parecerem ultrapassadas. 

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