Desconto de até 39% OFF na assinatura digital
Imagem Blog

Bzzzzz

Por Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (ABELHA) Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A Terra é dos insetos, você só vive aqui porque eles deixam. Um blog para despertar a curiosidade de mamíferos que matam mosquitos e correm de abelhas.
Continua após publicidade

Como os insetos dão pistas aos peritos na cena do crime

Embora a visão de larvas em um cadáver não seja agradável, elas podem revelar o tempo transcorrido desde a morte e substâncias tóxicas no corpo da vítima.

Por Guilherme Gomes
Atualizado em 15 abr 2021, 09h45 - Publicado em 2 abr 2021, 12h12

O colaborador desta semana é Guilherme Gomes, formado em ciências biológicas, mestre e doutor em Fisiologia Forense pela UNESP de Rio Claro. Fez pós-doutorado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP. É sócio-fundador da Predikta.

Um perito precisa obter informações sobre o passado de uma cena do crime, mas tem acesso apenas à situação pausada no presente. A única forma de voltar no tempo é perguntar a alguém presente na cena do crime. Na maioria das vezes, os insetos que circundam o cadáver são os únicos seres vivos que poderiam comunicar o que aconteceu.

Se os insetos falassem, quais seriam as perguntas que um perito faria a eles?

Um dos maiores desafios na cena do crime é descobrir o tempo transcorrido entre o crime e a chegada da perícia. Esse período é chamado de intervalo pós-morte (IPM). O IPM pode auxiliar no levantamento de suspeitos presentes no local. Se você souber o dia e a hora do assassinato, talvez possa usar outros meios para descobrir quem estava por perto – e assim elucidar o acontecido e prender o responsável.

Continua após a publicidade

Para os peritos descobrirem o IPM, um dos métodos é avaliar e classificar os diferentes insetos presentes no cadáver: larvas, moscas, besouros, vespas etc. Por meio da identificação das espécies e das quantidades em que elas aparecem, dá para ter uma boa noção do tempo que o corpo está se decompondo. Os insetos também podem dar dicas sobre a causa da morte e informar se alguém moveu o morto de lugar. 

Também é interessante determinar qual foi o primeiro inseto a colonizar o cadáver, pois esse inseto veterano permite estimar o IPM com precisão. Moscas podem descobrir um cadáver e pôr ovos nele em meros 30 minutos após o ocorrido. Associando essa informação entomológica com outras características da decomposição, o perito pode obter o IPM com uma margem de erro de apenas algumas horas ou minutos.

Continua após a publicidade

Além de informações associadas ao IPM, a avaliação conjunta dos insetos presentes – combinada a dados de temperatura e umidade – pode auxiliar o perito a descobrir a causa exata de mortes associadas a drogas ou envenenamentos. Isso é possível porque essas substâncias podem acelerar, reduzir ou alterar o desenvolvimento dos insetos, mexendo com a fisiologia da larva ou do adulto.

Embora a visão de larvas em um cadáver seja nojenta, essas pequenas testemunhas fornecem tantas informações aos peritos iniciados que eles querem mais é encontrá-las na cena do crime para poder “conversar”.

Este é o oitavo post do blog Bzzzzz, em que pesquisadores membros do comitê científico da Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (ABELHA) e outros cientistas colaboradores vão comentar a vida, os hábitos e a importância econômica de diversos insetos – além de nos atualizar sobre as mais recentes descobertas no campo desses pequenos artrópodes. Até a próxima!

Continua após a publicidade

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.