PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Como as Pessoas Funcionam

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Estudos científicos e reflexões filosóficas para ajudar você a entender um pouco melhor os outros e a si mesmo. Por Ana Prado

Por que algumas pessoas são melhores que outras em lembrar os acontecimentos?

Por Ana Carolina Prado
Atualizado em 21 dez 2016, 09h49 - Publicado em 3 jan 2012, 15h07

200136293-001

Você e um amigo estão contando para outros amigos sobre uma viagem que fizeram. Mas acabam discordando em alguns pontos. “Não, isso aconteceu no dia x, não no dia y”, “Você está confundindo tudo, nós estávamos no lugar z quando isso aconteceu!”, “Eu nunca disse isso!”.   Parece familiar? A verdade é que nossa memória nos engana e às vezes parece difícil diferenciar o que realmente aconteceu daquilo que pensamos ter ocorrido. Mas algumas pessoas são melhores do que outras nisso. Por quê?

Segundo cientistas da Universidade de Cambridge, a explicação pode estar na variação estrutural em uma dobra na parte da frente do cérebro chamada sulco paracingulado (ou PCS, em inglês).  Essa variação, que está presente em cerca de metade da população normal, é uma das últimas pregas que se desenvolvem antes do nascimento e, por isso, varia muito de tamanho entre as pessoas saudáveis. Ou seja, você pode ter ou não o PCS (essa dobrinha no cérebro) e ele pode ser mais ou menos acentuado – mas, até onde se sabe, isso não tem grandes implicações na sua inteligência. Só que, de acordo com o estudo de Cambridge feito no fim do ano passado, essa diferença pode explicar por que algumas pessoas são melhores que outras em lembrar com precisão detalhes de conversas e eventos ocorridos, bem como em saber diferenciar se o evento foi imaginado ou realmente ocorreu.

Os pesquisadores recrutaram 53 voluntários saudáveis ​​que se dividiram em dois grupos: um formado por pessoas com uma presença acentuada da dobra cérebro e outro com aqueles que não a possuíam. Os participantes receberam então pares de palavras, como “Laurel e Hardy”. Depois, fizeram uma série de testes de memória. Em um deles, recebiam só uma das palavras e tiveram que dizer qual era a segunda. Em outro, foi pedido a cada um que imaginasse outra palavra para formar par com uma que já tivesse sido apresentada. Depois de um tempo, eles tiveram que lembrar se tinham visto de verdade ou imaginado a segunda palavra de cada par. Resultado: participantes sem o PCS em nenhum dos hemisférios cerebrais foram significativamente pior que os outros. E olha que todos eles acreditavam ter boa memória!

Jon Simons, do Departamento de Psicologia Experimental e do Comportamento e do Instituto de Neurociência Clínica da Universidade de Cambridge, liderou a pesquisa e se disse surpreso com o resultado, já que as diferenças observadas na memória dos voluntários foram grandes e todos eram adultos saudáveis e sem história relatada de dificuldades cognitivas. Além disso, essa descoberta pode ser útil no estudo da esquizofrenia. Simons acredita que as vozes que os doentes frequentemente dizem ouvir podem vir da dificuldade em distinguir o real do imaginário. “A ausência dessa dobra cerebral já havia sido observada em estudos anteriores de esquizofrenia e os nossos resultados são consistentes com a idéia de que essa variabilidade estrutural pode influenciar diretamente a capacidade funcional de áreas cerebrais vizinhas e as habilidades cognitivas que apoiam”, explicou.

Continua após a publicidade

(Via Medical Xpress)

Leia mais:

Se você curte ler sobre memória, não deixe de comprar a SUPER de janeiro! A matéria de capa traz esse tema e explica como as nossas lembranças podem ser a chave para uma vida mais feliz.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.