PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Mulher Cientista

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Pesquisadoras brasileiras contam sobre o seu trabalho e os desafios da carreira.

Thaísa Michelan fará expedições para estudar plantas aquáticas na Amazônia

Essa #MulherCientista irá viajar por riachos e lagos do interior do Pará em busca de novas espécies – que poderão ter aplicações na tecnologia e medicina no futuro

Por Maria Clara Rossini
29 out 2021, 12h09

A palavra “macrófita”, grosso modo, significa “planta macroscópica” – ou seja, qualquer planta que conseguimos enxergar a olho nu. Só que, para os biólogos, a palavra acabou virando sinônimo de plantas aquáticas, como a vitória-régia. Thaísa Michelan se dedica a essas plantas desde o início da graduação, que realizou na Universidade Estadual de Maringá.

Ela sabia que queria estudar biologia, mas nunca gostou de trabalhar com animais, principalmente por que não se sentia à vontade na coleta, já que muitos animais precisam ser mortos para que a pesquisa aconteça. A solução, então, foi apelar para as plantas “e como sou feliz e realizada” afirma. No mestrado, ela estudou como as plantas aquáticas invasoras impactavam a diversidade das nativas. Já no doutorado, ela analisou as adaptações pelas quais as plantas nativas precisam passar em resposta à espécie invasora – se elas se reproduzem mais rápido ou geram mais descendentes, por exemplo.

Até então, Thaísa trabalhava com experimentos para testar perguntas ecológicas em laboratório e no campo – a diversidade de espécies aquáticas em Maringá era conhecida, então não havia necessidade de trabalhos voltados para conhecimento da biodiversidade do grupo. No final de 2016, durante o pós-doutorado, a pesquisadora foi chamada para assumir o cargo de professora na Universidade Federal do Pará (UFPA) e a partir de então começou a estudar macrófitas da região. Trabalhar na Amazônia é sonho de muitos biólogos, lá, ela percebeu que ainda se sabia pouco sobre as espécies e a distribuição das plantas aquáticas.

Por esse motivo, a bióloga passou a propor expedições para mapear a biodiversidade de macrófitas na Amazônia. O objetivo é catalogar as espécies, verificar onde elas ocorrem e ainda coletar amostras para análise em laboratório posteriormente.

 

Para isso, Thaísa e sua equipe de alunos irão viajar por riachos, brejos e lagos do interior do estado em busca de novas plantas aquáticas. “A adrenalina é chegar nos pontos de coleta, a logística é muito diferente de uma pesquisa no Sul e Sudeste. Em 2019, nós ficamos atolados por horas na Rodovia Transamazônica. Há um local de coleta em que a gente precisaria fretar um avião e caminhar por dois dias em uma reserva indígena para chegar”, diz a pesquisadora.

Continua após a publicidade

Ela garante que a aventura vale a pena. As plantas aquáticas são importantes para melhorar a qualidade da água, além de oferecer um refúgio para a reprodução de peixes e insetos aquáticos. “Uma planta que passa por um rio carrega uma biodiversidade imensa de espécies associadas a ela. As plantas propiciam um ambiente adequado para outras espécies”, diz a pesquisadora.

A bióloga também ressalta a importância de fazer esse trabalho antes que as espécies de plantas se percam. “Com o desmatamento, as alterações ambientais acontecem mais rápido do que a gente consegue pesquisar. Podemos estar perdendo espécies que a gente nem conhece”, diz ela. Seu trabalho é fazer uma pesquisa de base para conhecer essas plantas – e para que, no futuro, outros pesquisadores possam estudá-las para aplicações na medicina e tecnologia, por exemplo.

Thaísa irá fazer uma pesquisa de reconhecimento em novembro deste ano, enquanto as expedições para coleta devem ocorrer entre janeiro e outubro de 2022. Esse projeto de pesquisa venceu o prêmio Para Mulheres na Ciência, promovido pela Unesco, L’Oréal e Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.