Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Oráculo

Por aquele cara de Delfos Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Ser supremo detentor de toda a sabedoria. Envie sua pergunta pelo inbox do Instagram ou para o e-mail maria.costa@abril.com.br.
Continua após publicidade

Qual a diferença entre cosmonauta e astronauta?

Na prática, nenhuma.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 5 set 2024, 09h01 - Publicado em 26 fev 2019, 13h48

Os dois termos se referem à mesma profissão. A diferença é geográfica: “cosmonauta” é usado pelos russos; “astronauta”, pela Nasa e as demais agências espaciais (como a Esa, da União Europeia).

As duas denominações têm origem no grego. Respectivamente, são a união de ástron (que significa “estrela”) ou cosmo (o mesmo que “universo”), com nautes (“navegante” ou “marinheiro”). “Astronauta” é a mais antiga. Surgiu no romance ficcional Através do Zodíaco, de Percy Greg, em 1880. Décadas depois, em 1929, a palavra foi empregada com abordagem científica pela primeira vez, aparecendo em um artigo do Jornal da Associação Britânica de Astronomia que discutia desafios de potenciais viagens pelo espaço. Para a Nasa, o termo passou a valer em 1959.

O termo “cosmonauta” (kosmonávt), por sua vez, começou a ser utilizado oficialmente para denominar Iuri Gagarin em 14 de abril de 1961, após o soviético entrar para história como primeiro homem a ir ao espaço. Tudo premeditado: um conselho de especialistas já havia decidido pela adoção do termo para seus exploradores espaciais meses antes do grande evento. Como não poderia deixar de ser quando o assunto é corrida espacial, a opção de nomenclatura tem raízes na Guerra Fria.

À época, Estados Unidos e União Soviética travavam uma competição tecnológica para realizar o próximo feito espacial. Chamar seus astronautas por um nome diferente do utilizado pelo rivais, nesse contexto, era um caminho para reafirmar a identidade soviética. A diferenciação pegou e, até hoje, é feita sempre que alguém faz menção a astronautas do programa espacial russo.

Segundo registros, “cosmonauta” também era popular muito antes da adesão oficial por parte da URSS – e, assim como seu sinônimo mais usado, tem um pezinho na literatura. Atribui-se a criação do termo a Viktor Saparin, autor de ficção científica russo. A palavra teria aparecido em “New Planet”, obra de literatura fantástica publicada por Saparin em 1949. O derivado “cosmonáutica” tem origem ainda mais antiga: um artigo científico de 1935 assinado pelo engenheiro russo-polonês Ary Abramovich Sternfeld.

Continua após a publicidade

A escolha por um prefixo mais amplo (cosmo, que se refere ao universo, ao invés de astro, que remete a estrelas), porém, não teria surgido unicamente da competição com o bloco capitalista. Pesquisadores acreditam que a preferência por “cosmonauta” e a expansão das ideias que culminaram na criação do programa espacial russo também tem relação com uma corrente filosófica muito popular no país nas décadas de 1920 e 1930, chamada “cosmismo”.

Ela foi criada pelo filósofo Nikolai Fedorov no final do século 19 e mesclava doutrinas do catolicismo ortodoxo russo com conceitos como viagens espaciais, colonização de outros planetas, engenharia genética e imortalidade. Sua influência, segundo especialistas, se estendeu à arte, política e tecnologia da URSS. Isso teria ajudado a criar um imaginário entusiasta dos soviéticos em relação ao cosmos, movimentando nomes importantes de pensadores, artistas e cientistas da época. Na lista de nomes dos que contribuiram mais ativamente para espalhar a palavra cosmista está Konstantin Tsiolkovsky, cientista pioneiro no estudo de foguetes e responsável direto pelo desenvolvimento da ciência espacial soviética.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.