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10 ideias inspiradoras pelos direitos das mulheres no mundo

Por Marina Maciel
Atualizado em 21 dez 2016, 10h34 - Publicado em 7 mar 2013, 14h00

É estranho – em pleno século XXI – falar em direitos das mulheres. Depois de tantas conquistas realizadas nos dois últimos séculos, muitas ainda sofrem com a falta de controle sobre o próprio corpo e com as desigualdades entre os gêneros.

Para falar sobre o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, 25/11, reunimos histórias inspiradoras de gente que luta para fazer valer esses direitos. Entre elas, muitas mulheres, mas também homens como o economista brasileiro Sérgio Besserman, que diz que o desenvolvimento sustentável só será possível se for mais feminino.

1) “A burca não é uma jaula”

AFGHANISTAN-GRAFFITI/

Considerada uma das dez melhores artistas do Afeganistão, Shamsia Hassani grafita as ruas de Cabul para mostrar que “a burca não é uma jaula”. Aos 25 anos, a artista de rua acredita que a liberdade não é o que vestimos, mas “o que decidimos, o que dizemos, o que fazemos para estarmos confortáveis e para termos paz”.

Para esta jovem professora de arte da Universidade de Cabul, mudar o sentido da burca com a arte para mostrar mulheres felizes é uma forma de mudar como as pessoas enxergam a mulher. Ela não se engana: existem outros grandes problemas em sua sociedade. Mas crê que, mesmo com a burca, as mulheres podem fazer de tudo: estudar, trabalhar, fazer arte e muitas outras atividades.

Por ser mulher, seu trabalho como artista é complicado: a reação negativa das pessoas – inclusive de outras mulheres – e os problemas de segurança são alguns dos motivos que a impedem de pintar seus grafites em ruas que não conhece.

2) Primeira rapper afegã contra a repressão
Aos 23 anos, a primeira mulher a fazer música Rap no Afeganistão lançou seu primeiro single (“Our Neighbors”, confira no vídeo abaixo) que retrata a repressão contra mulheres e crianças e o desejo de paz em seu país.

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Logo após a divulgação do vídeo – feito com baixo orçamento, em que aparecem fotos de Soosan Firooz sem burca, com roupa ocidental, acessórios e maquiagem –, sua família recebeu diversas ameaças anônimas de morte. Mesmo assim, continuou apoiando seu trabalho: tanto que seu pai abandonou o trabalho em uma companhia de eletricidade para ser guarda-costas da filha, em tempo integral.

Agora, Soosan prepara seu novo single, em que contará como é ser uma jovem mulher que vive no Afeganistão.

3) “Garotas não são tão inocentes”

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Mais conhecida como Maria João Barbosa, a webdesigner e ilustradora portuguesa Luna Kirsche exalta a “feminilidade não estereotipada” com seu recente trabalho criativo “Girls aren’t so innocent”. Para a artista, que sempre cria desenhos arrojados e com muita personalidade, as mulheres devem ser retratadas sem tabus para que a imagem preconcebida que algumas pessoas têm das mulheres não motive preconceitos e discriminação.

Com muita cor, sensualidade e tatuagens, as mulheres retratadas por Luna têm longos cabelos armados, usam corpete e cinta-liga e tem símbolos – de diversas culturas – espalhados pelos cabelos, pela pele ou pelas roupas. Todas podem ser vistas em seu site.

4) Cantadas de rua inspiram documentário
Quando a estudante belga de cinema Sofia Peeters criou documentário “Femme de la rue” para mostrar como as mulheres são assediadas pelos homens quando passam nas ruas de Bruxelas, o filme de 17 minutos gerou tanta controvérsia que o Ministério Público da cidade e os municípios belgas adotaram medidas para prevenir a situação: quem molestar uma mulher na rua terá que pagar multa de 250 euros – aproximadamente 640 reais! Confira o trailer, abaixo:

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“Estas caminhadas na rua me causavam algum sofrimento”, conta Sofia, justificando a escolha do tema. Segundo ela, muitas mulheres pelo mundo se identificam com esse trabalho já que não é preciso ser belga para entender a situação das mulheres retratadas pelo documentário. No Brasil, inclusive: assobios e cantadas de rua acontecem muito frequentemente por aqui também.

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5) Até que a morte os separe

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Para sensibilizar a população de Portugal sobre a violência contra mulheres, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima lançou, no final do ano passado, uma campanha que inclui retratos de duas vítimas. Ambas apresentam marcas da agressão e estão vestidas de noiva. Ao lado das imagens, a frase “até que a morte nos separe”, que sugere o crescente número de mulheres assassinadas por seus maridos.

6) Homem de verdade não bate em mulher
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No Brasil, estima-se que uma em cada cinco mulheres já sofreu violência dentro de casa. Para chamar a atenção para o problema e acabar com o estigma de que a Lei Maria da Penha é contra os homens, a campanha “Homem de Verdade Não Bate em Mulher”, lançada em 01/03 pelo Banco Mundial, tem a adesão de dez brasileiros famosos. Saiba mais sobre a campanha em Homem de Verdade Não Bate em Mulher: campanha conscientiza sobre a violência doméstica.

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7) “As mulheres salvarão o planeta”
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“Se eu achasse a lâmpada de Aladim e o gênio me dissesse: ‘Você tem direito a um pedido para o desenvolvimento sustentável. Só um!’ Eu, sinceramente, escolheria: acesso à informação e direito à liberdade sobre o próprio corpo para todas as mulheres do mundo”, disse em entrevista à revista Claudia de junho de 2012.

8 ) Jovens mães, em situação de risco, recuperadas
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A ação já ajudou mais de 150 mulheres e é modelo de política pública em 13 estados brasileiros para recuperar usuárias de crack. Em dezembro de 2011, Raquel apresentou seu projeto no encontro “Você tem fome de quê?”, promovido pela Natura. O Planeta Sustentável estava lá e contou sua história no site: Lua Nova: apoio a mulheres carentes vira política pública.

9) Reino das mulheres cobertas

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Depois de uma temporada dramática no Afeganistão, em 2003, um médico afegão, radicado nos Estados Unidos, escreveu um relato que descortina a vida complicada das mulheres de seu país: A Cidade do Sol.

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Na obra, as duas protagonistas são obrigadas a casar com um mesmo homem violento. Apesar de o livro ser uma ficção, Khaled Hosseinique ficou famoso depois de lançar O Caçador de Pipas – garante que muitas das cenas de abuso descritas são experiências de pessoas reais. “Houve quem dissesse que o livro é um melodrama. Essas pessoas não entendem que a realidade pode ser mais absurda do que a imaginação concebe”, disse em entrevista à revista Claudia, em sua edição de outubro de 2007.

10) Contra o tráfico de mulheres

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É contra o universo pavoroso do tráfico humano para exploração sexual – terceira maior fonte de renda ilegal do mundo e também a que mais cresce – que luta a jornalista brasileira Priscila Siqueira. “Muita gente ainda duvida de que esse comércio exista ou fica indiferente, talvez acreditando que o problema é grande demais para ser enfrentado”, declarou a autora do livro Tráfico de Mulheres: Oferta, Demanda e Impunidade em entrevista à revista Claudia, na edição de abril de 2009.

Para se ter ideia da dimensão do problema, na reportagem Priscila cita o depoimento de um cafetão canadense que declarou publicamente que preferia vender mulheres a drogas e armas porque as últimas só se vendem uma vez – e a mulher pode ser revendida até morrer, ficar louca ou se matar.

Conhece outras histórias ou iniciativas inspiradoras em prol dos direitos das mulheres? Compartilhe com a gente pelos comentários.

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