A China e as algemas olímpicas
Os confrontos entre os monges, freiras e manifestantes tibetanos e a polícia chinesa ainda continua. É o maior embate desde 1989, quando ao menos 16 pessoas morreram. Atualmente, os líderes do governo do Tibet – que estão exilados na Índia desde de 1959 – falam em 130 mortos. A China, contudo, registra como número oficial 19 mortos durante os conflitos na capital tibetana, Lhasa. Entre os feridos, são 382 civis e 241 policiais, sendo 81 em estado grave.
Há 49 anos, os tibetanos iniciaram um levante contra o domínio do governo chinês. Foi em 1959 que o governo da região foi exilado na Índia, e ficou no país até então. Há 14 dias, os monges tibetanos fizeram um protesto pacífico para homenagear a data. Os policiais chineses, porém, repreenderam a manifestação. A partir daí, os conflitos começaram.
Nesta segunda, centenas de monges e manifestantes fizeram um protesto para que Dalai-Lama saísse do exílio e voltasse à região. De acordo com o jornal britânico The Times, moradores da região viram duas pessoas sendo mortas por policiais.
Diversas instituições estão promovendo protestos contra o governo chinês por causa do desrespeito aos direitos humanos. Os Repórteres Sem Fronteiras já anunciaram um boicote às Olímpiadas – que começarão daqui a 5 meses – por causa da proibição da imprensa internacional de cobrir sem censura a região.
E os protestos realmente chegaram até a Grécia, onde a tocha olímpica é acendida. Durante a cerimônia, manifestantes penduraram bandeiras em um dos prédios da principal rua de Olímpia com a frase “Free Tibet” (Tibet livre). Além disso, eles atrapalharam o carregamento da tocha bloqueando o comboio de carros. Os membros dos Repórteres Sem Fronteiras foram detidos na abertura por causa de uma bandeira em que mostrava os anéis olímpicos representados por algemas.