A natureza da arte
Há alguns posts, comentamos sobre o trabalho do artista plástico Alexandre Órion, que fez uma “limpeza” em um túnel paulista e, com os panos sujos, fabricou a matéria-prima para pintar quadros. Com a sua intervenção Ossário, percebe-se que a arte não está somente trancafiada nas quatro paredes de um museu. Pelo contrário.
Um movimento surgido na década de 1960 chamado Land Art prega totalmente o oposto. Utilizando materiais achados na natureza – como pedras e gravetos – os artistas expõem suas obras a céu aberto, no meio de um campo ou outra paisagem. A idéia é que o espectador sinta a obra, não somente a contemple como algo que não faz parte de sua rotina.
Também conhecida como Earth Art ou Earthwork, a Arte da Terra surgiu como conseqüência da crescente preocupação com o meio ambiente e como uma resposta à tecnologia, que já começava a influenciar as obras artísticas da época.
A obra retratada na imagem acima talvez seja a mais conhecida desse tipo de arte. Construída no Great Salt Lake, nos EUA, a Spiral Jetty – como é chamada -, de Robert Smithson, não cabe em museu ou qualquer edifício. Ela foi projetada para que o espectador aprecie as sensações junto com a paisagem local. Nesse caso, o ambiente – ou o suporte – deixa de ser mero coadjuvante e se torna parte integrante do significado e emoções do trabalho.
Agora, pense : qual a sua relação com as obras de arte? Elas são apenas para serem contempladas, ou para serem vivenciadas?
Foto por Soren Harward