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Poluir é pecado!

Por Redação Planeta Sustentável
Atualizado em 21 dez 2016, 10h25 - Publicado em 11 mar 2008, 16h08

Se você é daquelas pessoas que nunca consegue lembrar quais são os sete pecados capitais definidos pela Igreja Católica – gula, luxúria, avareza, ira, soberba, vaidade e preguiça -, prepare-se para decorar mais um “sete list”, desta vez de pecados modernos:

– Poluição ambiental;
– Manipulação genética;
– Acumulação de riqueza excessiva;
– Geração de pobreza;
– Consumo e tráfico de drogas;
– Experimentos moralmente discutíveis e
– Violação de direitos fundamentais da natureza humana

Os chamados pecados sociais, segundo o arcebispo Gianfranco Girotti, seriam conseqüência da globalização. A lista foi divulgada no último domingo, em entrevista ao jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, depois de Girotti ministrar um curso de atualização para padres confessores que, segundo a BBC Brasil, “tinha o objetivo de encorajar uma retomada da prática da confissão”.

Isso porque uma das mais recentes preocupações da Igreja é a perda do “sentimento de pecado” pelos católicos. A Universidade Católica italiana contabiliza que, atualmente, 60% dos fiéis italianos não se confessam.

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Talvez a nova lista sirva apenas para incutir ainda mais medo e culpa nas pessoas – o que, teoricamente, as deixaria mais próximas da religião e da confissão. Mas o professor de Sociologia da USP – Universidade de São Paulo, Antônio Flávio Pierucci, disse à Folha de S. Paulo* que a noção de pecado social tira o que há de mais eficaz na idéia de pecado do cristianismo: a culpabilização do indivíduo.

Fato: quando todo mundo tem culpa, a gente acaba se sentindo bem menos culpado. Portanto, a estratégia é furada.

Além disso, a posição da Igreja contra a manipulação genética continua sendo um impasse quanto à decisão sobre a liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias, no Supremo Tribunal Federal, no Brasil.

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Por outro lado, o Vaticano pode ser um bom aliado para melhorar as condições do planeta ao voltar seus olhos para questões ambientais e sociais e chamar a atenção para elas.

Mas:

– Será que, em pleno século 21, a humanidade ainda precisa aprender pela punição?
– Se não for à base do adestramento e do medo, não vamos parar de poluir o planeta ou pensar sobre uma distribuição de renda mais justa?
– Em vez de se manifestar em favor do meio ambiente e por melhores condições de vida para o mundo, a Igreja tem mesmo de reavivar a visão do inferno e estabelecer o preço do pecado para que alguém faça alguma coisa pela Terra?

* terça-feira, 11 de março de 2008. Mundo – A14

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