Pulmões temem Pequim
Os jogos olímpicos se aproximam – faltam menos de 5 meses para o início da competição – e a preocupação com os altos níveis de poluição de Pequim é cada vez mais evidente.
Na última segunda-feira, foi a vez do fundista bicampeão olímpico e tetracampeão mundial, Haile Gebrselassie, da Etiópia, desistir da disputa pelos 42 Km – e correr apenas os 10 mil metros. Asmático, ele afirmou que a poluição poderia prejudicar sua saúde e, aos 35 anos, prefere poupar os pulmões para os Jogos de Londres de 2012.
Em novembro do ano passado, a tenista belga, campeã mundial, Justine Henin, que também sofre de asma, tomou a mesma decisão (veja notícia publicada no jornal O Estado de S. Paulo).
Depois da declaração de Gebrselassie, o governo chinês anunciou, ontem, a criação de um Ministério do Meio Ambiente para controlar a poluição e declarou que já investiu 12 bilhões de euros na causa.
Para melhorar a qualidade do ar até as olimpíadas, Pequim também deve adotar algumas medidas:
– Rodízio de carros;
– Fechar fábricas muito poluidoras;
– Diminuir a atividade industrial da cidade e de outras cinco províncias próximas a partir de julho;
– Utilizar menos carvão como fonte de energia.
Durante as Olimpíadas, algumas provas podem, até, ser transferidas para outros locais ou reagendadas, caso os níveis de poluição do ar estejam elevados demais no dia marcado.
É impressionante como, sob olhos internacionais, medidas efetivas começam a ser tomadas. Será que, depois que as paraolimpíadas – em setembro – acabarem, o governo chinês vai continuar a se preocupar com a qualidade do ar que os habitantes de Pequim respiram todos os dias, pela vida toda?