Roqueiros: de vilões a (quase) mocinhos
Justo o U2, banda que tradicionalmente atua em prol de causas humanitárias e ambientais, está sendo acusada de emitir uma quantidade absurda de dióxido de carbono na sua atual turnê, 360º U2 Tour: o suficiente para ir a Marte e voltar. Mas os roqueiros não estão sozinhos no papel de vilões e o carbonfootprint.com teria muitos outros artistas para criticar, além de Bono Vox e cia. Com jatinhos particulares de um lado para o outro e uma equipe de apoio imensa fica mesmo difícil fazer rock sustentável.
Mesmo assim, alguns estão tentando. É o caso do Roskilde Festival, que existe desde 1971, na Dinamarca, e teve sua edição mais recente neste mês. Para diminuir os impactos causados pelo evento, a primeira providência foi gerar toda a energia usada na infraestrutura do local por uma turbina eólica.
Outra providência bacana é a criação de um fundo onde é depositada uma quantia referente a cada copo ou garrafa plástica usados por pessoa. Se o participante devolver o recipiente após o uso, ele pode resgatar seu dinheiro. Com isso, os organizadores conseguiram coletar 95% do que foi distribuído.
Clássicos como reciclagem de materiais e o encaminhamento de restos orgânicos para áreas de produção de adubo e de biogás também fazem parte da política sustentável, assim como a geração de energia para carregar bateria de celular fornecida pelo próprio dono do aparelho que tem que pedalar 5 minutos pela recarga.
É claro que a bagunça deixada pelos participantes de um festival de rock por onde já passaram bandas de peso como Radiohead, Metallica e o próprio U2 não é pouca e que, apesar dos esforços, a emissão de carbono ainda é alta, mas, já que não dá para fazer turnê mundial à canoa, o negócio é torcer para que a moda pegue e se multiplique.
*Foto: Thomas Kjaer/Roskilde Festival