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Sua última boa ação

Por Redação Planeta Sustentável
Atualizado em 19 ago 2024, 11h12 - Publicado em 3 abr 2008, 18h56


Morrer sai caro não só para o bolso, mas também para o meio ambiente. Veja o impacto que os cerca de 56.600.000 funerais causam todos os anos, no mundo:

– só na Índia, 50 milhões de árvores são cortadas, anualmente, para alimentar a queima de cadáveres, emitindo 8 milhões de toneladas de carbono;
– 16% das emissões de mercúrio, no Reino Unido, são provenientes da queima das obturações dentárias em crematórios. E deve crescer em 25% até 2020;
– 1,6 milhões de toneladas de concreto são utilizadas todos os anos, nos Estados Unidos, para a construção de túmulos.
 
No final do mês passado, o blog TreeHugger fez um guia sobre como tornar o seu funeral mais sustentável (leia How to Green your funeral).

Mesmo que esteja bem longe de você bater as botas, é bom deixar uma listinha ou até preparar um documento formal com seus últimos desejos verdes. Em um momento difícil como a morte, provavelmente, ninguém da família e nem seus amigos vão ter cabeça para se preocupar com isso. E mesmo que pensem nisso, talvez não saibam quais as melhores escolhas a fazer em prol da natureza.

Cada vez mais gente tem procurado deixar esse mundo da mesma maneira como tentou viver por aqui: cuidando do meio ambiente. Mas, se o assunto te deixa atordoado, ou se a tradição dos rituais é sagrada para você, saiba que existem boas dicas que podem tornar um funeral mais sustentável, sem prejudicar a cerimônia:

– pode ser uma boa fazer uma pesquisa para descobrir quais funerárias oferecem as opções de velório e enterro mais sustentáveis;
– caixões com madeiras super resistentes retardam a decomposição do corpo, prefira materiais biodegradáveis;
– quem precisa de um local para se lembrar de quem partiu pode optar por plantar uma árvore ou um arbusto sobre o local onde o corpo foi enterrado, em vez de túmulos de concreto. Certamente a visita vai se tornar mais leve e reconfortante.
– em vez de flores, que têm uma vida muito curta depois de cortadas, pode-se pedir que os amigos doem o valor das coroas para instituições de caridade. Como diria o TreeHugger, “nada melhor do que se lembrar de quem morreu, fazendo algo de bom por alguém que ainda está vivo”;
– se fizerem questão das flores, que optem pelas orgânicas, produzidas no local;
– santinhos e folhas com os cantos da cerimônia podem ser feitos em papel reciclado;
– se o velório e o enterro forem em locais diferentes, as pessoas podem se organizar para utilizar menos carros no deslocamento;
– caso seja servido lanche no velório, é legal saber a origem dos alimentos oferecidos;
– e o líder religioso pode fazer um discurso que ressalte a iniciativa ecologicamente correta e lembre as boas ações verdes que o falecido praticou em vida.

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Atenção, claustrofóbicos! A cremação não é uma opção muito indicada: além da poluição causada pela queima do corpo – com emissão de óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono, enxofre, metais pesados e partículas -, pode haver liberação de substâncias tóxicas provenientes de embalsamamento. Além disso, por mais que nosso apego não nos deixe ficar à vontade com a idéia, a decomposição do nosso corpo é importante para o fechamento do ciclo da cadeia alimentar e a devolução de nutrientes ao solo.

Se, ainda assim, você não consegue se imaginar debaixo da terra, mesmo depois de morto, procure crematórios que façam controle de emissão de gases e do tipo de material utilizado nos caixões.

No Brasil, existem regulamentações específicas para crematórios e cemitérios e licenças ambientais para que eles possam funcionar. Confira o que é lei no seu estado na página do Sindicato dos Cemitérios Particulares do Brasil – Sincep.

Daí, quando for a hora, saia desse corpo que não te pertence mais, deixando a consciência – e o meio ambiente – limpos! E descanse em paz…

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