Vamos pescar lixo?
A Administração Marinha Sueca achou um meio interessante para tentar diminuir o lixo nos mares Báltico e do Norte. Ela quer propor aos pescadores que, em vez de apenas trabalharem pegando peixes, pesquem também o lixo que encontram em seus trajetos. Isso já é feito nos Países Baixos, na Dinamarca e no Reino Unido, mas de forma voluntária e coordenada pela Ong internacional Kimo.
A idéia da instituição da Suécia é pagar para que os pescadores limpem os mares, mas a Ong já avisou que pode ser complicado. Esses trabalhadores gostam de sua independência e não são simpáticos à idéia de trocar de profissão para catadores de lixo. Além disso, manter um navio de pesca é muito caro. A organização acredita que a manutenção dos barcos custa em torno de US$ 740 mil por ano.
De qualquer forma, a iniciativa dá resultados, como mostra o exemplo da Kimo nos Países Baixos. Segundo a ong, os pescadores da região recolhem cerca de 300 toneladas de dejetos à deriva no mar do Norte todos os anos. Pode parecer muito, mas é pouco se comparado à estimativa de que 20 mil toneladas são despejadas pelos navios anualmente.
Aqui no Brasil, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo organizou no último sábado (23/02) um mutirão para limpar a Baía de São Vicente (foto). Cerca de 200 pessoas saíram em 30 embarcações e recolheram, em duas horas, aproximadamente 700 quilos de lixo. A ação foi repetida também em outros lugares, como Santos e Ilhabela, totalizando 1,5 tonelada de dejetos retirada pelos voluntários. Ao todo, a campanha “Mutirão Mar Limpo” mobilizou 300 pessoas em 50 barcos.
A maioria do lixo era composta por plásticos diversos, seguida por garrafas do tipo PET e, em terceiro, sacolas plásticas. Todos os detritos foram encaminhados para as oficinas de reciclagem da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente e, também, para cooperativas da região.