Volta para casa: escola da floresta ensina orangotangos a viver na natureza selvagem
Dora, esta adorável orangotango da foto acima, tem apenas 5 anos. Todavia, ela não conhece a floresta. Durante a maior parte de sua vida, foi criada ilegalmente como um animal de estimação.
Há cerca de um ano Dora foi levada para um centro de reintegração no Parque Nacional de Bukit Tigapuluh, em Sumatra, na Indonésia. Coordenado pela Sociedade Zoológica de Frankfurt (ZGF), o programa tem como objetivo proteger o habitat de espécies como elefantes, tigres, rinocerontes e orangotangos e ajudar na readaptação de muitos destes animais na mata tropical.
Nesta escola da floresta, Dora aprende, por exemplo, a se balançar e saltar entre os galhos das árvores. Algo que seria natural para qualquer animal da espécie, ainda é um desafio para ela. A orangotango precisa aprender a escolher galhos mais fortes, caso contrário, pode cair do alto e se machucar.
Outra lição necessária é a busca por alimento. Animais que vivem em cativeiro ficam acostumados a receber comida, que geralmente é mais saborosa do que aquela encontrada na floresta. “O alimento na mata é mais duro e menos doce”, diz Peter Pratje, diretor do projeto. Nas estações em que há poucas frutas, orangotangos comem insetos e folhas. Os treinadores de Dora a ensinam a achar e comer cupins, ricos em proteína.
Sem este aprendizado, Dora não sobreviverá na floresta. Atualmente há cerca de 7 mil orangotangos na Indonésia. Segundo o WWF, esta é uma das espécies de primatas que mais corre risco de extinção. Nas últimas décadas, a população de orangotangos foi reduzida pela metade. Por isso mesmo, a reintrodução de animais como Dora na natureza é tão importante.
Até agora, o projeto da entidade alemã já devolveu ao Parque Nacional de Bukit Tigapuluh 160 orangotangos. “Com este trabalho tentamos garantir que a espécie sobreviva no futuro”.
Recentemente Dora recebeu seu “diploma”. Foi levada até a floresta, sua casa definitiva daqui para diante. Enfim, de volta ao lar. Na natureza selvagem, de onde esta adorável orangotango nunca deveria ter sido retirada.
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Foto: Stephanie Rahn