Quando a publicidade tenta ser Oscar Wilde
A grife Diesel também aderiu à campanha contra o aquecimento global. Quer dizer… do seu jeito. O site da empresa traz um ensaio imaginando como seria o mundo com geleiras derretidas e ecossistema alterado. A imagem acima, por exemplo, mostra uma nova visão de Nova Iorque: alagada, mas sem perder a pose. Há mais fotos aqui.
Num tom de ironia, oferece também dicas de como colaborar para diminuir os problemas ambientais. Os conselhos vão de fazer sexo mais selvagem a até tomar menos banhos, passando por desplugar a guitarra e tocar no estilo acústico.
Não sei de você, mas já estou um pouco cansado desse tom da publicidade do mundo fashion. É uma mistura de sarcasmo com hedonismo e algo de aristocracia decadente à Oscar Wilde – cética, ainda tentando se diferenciar do populacho, mas meio que sabendo que cedo ou tarde terá que fazer concessões.
Nada contra a Diesel ou contra seus consumidores. Até porque a própria postura da propaganda fashion carrega um certo sentimento de culpa e uns poucos por cento de engajamento que pode ser aproveitável – no site, há links para campanhas contra o aquecimento global e até para comprar o DVD do filme de Al Gore sobre o assunto.
Mas pergunto-me o quanto deve custar financeira e psicológicamente manter esse tipo de identidade social. Não deve ser nada fácil manter tanto ar blasé num mundo caótico como o de hoje em dia.