7 videogames para gostar de história
Por Fernando Mucioli
Dizem que é aprendendo sobre o passado que conseguimos entender melhor o presente. Você era daqueles que não prestava muita atenção nas aulas de história e tinha preguiça de ler textos gigantes sobre guerras, civilizações e grandes figuras históricas? Talvez agora seja uma boa hora para revisitar conteúdos históricos importantes de um jeito divertido: jogando videogame.
Não estamos falando de games educativos. O assunto aqui são aqueles jogos que são tão bons, mas tão bons, que até te dão vontade de largar o controle para fazer uma pesquisa no Google ou na Wikipédia para saber mais sobre a história real que as inspirou.
1. Série Civilization
A franquia de estratégia desenvolvida pela Firaxis dá ao jogador a oportunidade de comandar a sua própria civilização, levando-a da Idade da Pedra até a conquista do espaço. Os jogos, que estão aí desde os anos 1990, também permitem conhecer melhor vários líderes históricos, seus comportamentos e trajetórias.
Fazem parte dessa salada multiversal personalidades como Napoleão Bonaparte, Alexandre, o Grande, Winston Churchill e até Dom Pedro II, com quem você forja alianças, negocia mercadorias e até trava guerras. É um jeito interessante de entrar em contato com as particularidades das várias nações e líderes que existiram em toda a história do mundo.
2. Série Age of Empires
Enquanto Civilization se foca principalmente nas personalidades por trás de cada civilização e nos cenários criados pelo próprio jogador, Age of Empires, da Microsoft, se foca em campanhas e histórias fechadas.
Há um sistema de nações, similar ao de Civilization, mas o progresso do game durante essas campanhas é baseado em algum evento histórico. Age of Empires II, por exemplo, permite que você vivencie a defesa de Saladino na Terra Santa, as invasões de Genghis Khan, e a Guerra dos Cem Anos sob a perspectiva de Joana D’Arc. Já em AoE III, o jogador controla os membros de uma família fictícia que se relacionam com diversas civilizações com o passar do tempo.
3. Série Dynasty Warriors
A China tem uma das histórias mais complexas do mundo. O período conhecido como “Três Reinos”, no século 3, é um dos mais ricos e importantes dessa trajetória – e é a matéria prima da série Dynasty Warriors, desenvolvida pela Koei.
Os games recontam esse período do ponto de vista dos membros das quatro facções (os três reinos Wei, Wu, Shu e a Dinastia Jin) da grande guerra civil que dividiu o país depois do declínio do poder Imperial. Após a Revolta dos Turbantes Amarelos, três grandes líderes militares surgiram com seu próprio plano de futuro para o país, e os anos que se seguiram foram marcados por batalhas sangrentas e feitos heróicos.
A parte mais bacana do game é poder conhecer um pouco mais da história de dezenas das personalidades existentes nesse período, além de conhecer algumas de suas principais batalhas em todos os lados do conflito. Afinal de contas, esse conteúdo não costuma ser explorado com muita profundidade nos livros de história ocidentais.
O principal registro dessa época é o Romance dos Três Reinos, um livro com 800 mil palavras. Garantimos que terminar o jogo é mais rápido.
4. Medal of Honor
Hoje Call of Duty pode ser o rei dos jogos de tiro em primeira pessoa. Mas quando Medal of Honor apareceu, em 1999, não havia nada parecido no mundo dos games. Que outro jogo, até então, tinha tido o envolvimento de um cineasta como Steven Spielberg?
O game mostra a história de Jimmy Patterson, tenente do exército norte-americano que atua na Alemanha durante o último ano da Segunda Guerra Mundial. O grande atrativo do jogo, além da aventura em si, é que ele mostra uma visão bem mais pé-no-chão e menos glamurizada, menos “Michael Bay”, com suas explosões e reviravoltas, do que obras mais modernas ambientadas no mesmo período. Lembre-se que um dos seus criadores foi a mesma pessoa que dirigiu O Resgate do Soldado Ryan.
Medal of Honor foi o início de uma era de games de tiro da Segunda Guerra, e vale a pena revisitá-lo para ver de que fonte beberam todos os que vieram depois.
5. Valiant Hearts: The Great War
O game desenvolvido pela Ubisoft é o mais novo dessa lista, e também um dos poucos que trata da Primeira Guerra Mundial – também conhecida como “Grande Guerra”, o confronto que colocou a aliança liderada por França, Inglaterra e Rússia contra os Poderes Centrais, encabeçados pelos Impérios Alemão e Húngaro.
Valiant Hearts mostra as histórias de quatro personagens: Karl, um alemão residente na França, que é obrigado a voltar à sua terra natal e integrar o exército; Emile, sogro de Karl, que é alistado nas forças francesas; Freddie, americano voluntário do exército francês; e Anna, uma enfermeira belga. O game mistura as histórias desses quatro personagens para mostrar o lado mais cruel da guerra, com suas mortes, encontros e desencontros.
Há também um aspecto de documentário: o game traz diversas fotos e documentos reais, recuperados de arquivos da época. Eles ajudam a montar o panorama do conflito na cabeça do jogador, que tem um gosto dos eventos reais além de acompanhar a trajetória dos personagens.
6. Red Dead Redemption
A obra dos mesmos criadores de Grand Theft Auto, a Rockstar Games, mostra uma época muito retratada no cinema, mas pouco nos games: o Velho Oeste.
Red Dead Redemption começa sua história em 1911, no fim da era dos caubóis. O protagonista é John Marston, ex-fora-da-lei que é tirado de sua família pelo Bureau of Investigation (organização que daria origem ao FBI, anos depois). Ele só pode voltar para casa com uma condição: se entregar todos os membros importantes da sua antiga gangue para a justiça.
Assim como em outros dos seus games, a Rockstar reconstruiu o Oeste norte-americano do começo do século passado com alto nível de detalhes, e é possível explorar por horas cenários gigantescos que se estendem até além da fronteira do México. Lá você encontra animais selvagens, cidades humildes e bandidos preparados para tentar roubar seu cavalo ou enfrentá-lo em um duelo. É um cenário rico e interessante que vale a pena ser visitado.
7. Assassin’s Creed
O maior atrativo da série de aventuras da Ubisoft é que seus jogos são ambientados em vários períodos da história da humanidade, em diversos cantos do mundo – e isso, por si só, já faz valer a pena dar uma olhada neles.
O primeiro jogo se ambienta nas Cruzadas, pulando depois para a Europa da Renascença em AC 2, AC: Brotherhood e AC: Revelations. Assassins’s Creed III mostra seu herói atuando entre americanos e ingleses durante a Guerra Revolucionária, que garantiu a independência dos Estados Unidos, e Assassin’s Creed IV: Black Flag mostra o Caribe durante o domínio da Espanha e da Inglaterra no século 18.
Além das histórias dos próprios personagens, toda a série Assassin’s Creed está repleta de locais e personagens históricos misturados à sua trama fictícia. Altair, no primeiro jogo, interage com o Rei Ricardo, enquanto Ezio faz amizade com Leonardo Da Vinci. Os games ainda oferecem explicações em texto que contextualizam datas, lugares e pessoas, para você não ficar perdido.