O melhor do ano: 10 motivos para esquecer logo 2012
Por Felipe Van Deursen, editor da SUPERINTERESSANTE
Depois de tanta coisa legal nessas listas da SUPER, agora é hora de um ranking para celebrar o feliz ano velho. Só que não. Vem logo, 2013!
1. O preço das coisas no Brasil
Casinhas geminadas a R$ 1 milhão. Apartamentos com terraço gourmet em ruas recheadas de barulhos automotivos a R$ 4 milhões. Cerveja de boteco beirando os R$ 10. Estacionamentos com a pachorra de cobrar em nota de onça. O quarto país mais caro do mundo para se hospedar.
Até quando?
Isso faz lembrar…
2. O Camaro Amarelo
Munhoz & Mariano desbancaram Gangnam Style, Para Nossa Alegria, Nissim Ourfali (o preferido do editor Alexandre Versignassi) e outros memes como o vídeo mais visto no YouTube no Brasil. Não é de se assustar. O sertanejo pop urbanizado é o maior ritmo do País já há alguns anos. E a dupla juntou lindamente em uma rima com caramelo várias aspirações, reações, frustrações e desejões (para manter a rima pobre) da nossa incansável síndrome da área VIP.
É claro que o cara vai tirar onda de Camaro amarelo, muito mais do que quando andava de CG, como diz a música. O carro da Chevrolet custa R$ 200 mil. A moto da Honda pode ser adquirida em prestações mais baratas que conta de muito bar. E o Camaro é um clássico americano de quase 50 anos. Esteve em Need for Speed, foi dirigido por James Bond e deu vida a Bumblebee em Transformers. Mas é um clássico justamente por não ser um carro de elite.
Assim como a cerveja mais popular dos Estados Unidos, que aqui chegou em 2012. Como cerveja premium.
3. O nome do mascote da Copa
Futebol + Ecologia = Fuleco
Pobre, tatu-bola. Vai entrar em extinção de desgosto.
4. Orkutização/homofobia
Triste de ver o termo elitista “orkutização” se difundir nas redes sociais como algo ruim que se espalha, fica jeca. E curioso ele não ser usado para coisas muito piores, como a homofobia, essa moda asquerosa tão em voga em 2012. Mais de três de denúncias por dia. A maioria proporcional no Nordeste.
5. Proibitização aterrorizante
Quantos “não” em 2012. A prefeitura de São Paulo chegou a proibir a doação de sopão comunitário e de lixo, além de milhares de camelôs que atuam na cidade. Na Rússia, perseguiram bichos de pelúcia e paradas gays. E a restrição mais notória foi a prisão das integrantes da banda Pussy Riot, que fizeram uma performance em uma catedral de Moscou. Elas ganharam apoio de artistas e ativistas do mundo todo e possivelmente já entraram para a história como uma das bandas punk que mais fizeram barulho político.
O portal UOL fez um levantamento das proibições famosas do ano.
6. 50 tons de cinza
As mulheres ganham mais, estudam mais, têm mais cargos de chefia e estão cada vez mais independentes. Como pode, em 2012, um livro sobre um cara possessivo e milionário que bate em uma jovem em joguinhos sexuais ser um fenômeno editorial?
A edição de janeiro da SUPER explicará o fenômeno. Não deixem de ler.
7. Lance Armstrong
Em 2005, ele era astro de primeira grandeza do esporte, ídolo máximo do ciclismo, exemplo de superação e lançador da pulseira amarela, modinha humanitária que fez sucesso entre a galera de bem. Em 2012, bem, foi banido para sempre do esporte. Virou vilão.
E o mais curioso é que a pulseira continua aí nas praças de alimentação mais diferenciadas.
8. O ano para os anticorintianos
Corintianos adoram dizer que são a segunda maior torcida do Brasil, perdendo apenas para o que chamam de “antis”, camada de torcedores que preferiria torcer contra o Corinthians do que a favor de outro time.
Se eles de fato existirem, o ano de 2012, com Libertadores e Mundial (emendados na conquista do Brasileiro de 2011), deve ter sido um bocado irritante.
9. A mania do Keep Calm
Eita aninho de piada que fez hora extra no mundo. Chegou ao ponto de “Keep Calm and Faça Crisma”. Sério? Oquei, vamos remexer nas doídas memórias de quem viveu a campanha original, “Keep Calm and Carry On”.
Nazistas a caminho. Inglaterra ameaçada. Força na peruca cora de Jorge VI, o Gago.
Fazer humor em cima do medo é coisa fina, de verdade. É uma escola. Mesmo que 60 anos depois. Mas insistir em uma piada por UM ANO INTEIRO não dá. Keep calm and por favor parem.
10. Fim do mundo
Mais uma vez, você falhou. Então, fazer o quê? Que venha 2013 e suas novas irritações.