Astrônomos acham fóssil espacial prestes a nascer
Por Fabio Marton Zoom do nuvem esférica de gases, que ainda não tem nenhuma estrela [NASA/ESA Hubble, B. Whitmore (STScI); K. Johnson, U.Va.; ALMA (NRAO/ESO/NAOJ); B. Saxton (NRAO/AUI/NSF)] “É como encontrar um ovo de dinossauro prestes a chocar”. A frase, do astrônomo Kelsey Johnson, da Universidade da Virginia, dá uma ideia da excitação causada por […]
Por Fabio Marton
Zoom do nuvem esférica de gases, que ainda não tem nenhuma estrela [NASA/ESA Hubble, B. Whitmore (STScI); K. Johnson, U.Va.; ALMA (NRAO/ESO/NAOJ); B. Saxton (NRAO/AUI/NSF)]
“É como encontrar um ovo de dinossauro prestes a chocar”. A frase, do astrônomo Kelsey Johnson, da Universidade da Virginia, dá uma ideia da excitação causada por sua descoberta. Kelsey e sua equipe, trabalhando do Atacama Large Milimiter Array (ALMA), no Chile, descobriram um aglomerado globular prestes a se formar, entre as galáxias emaranhadas NGC 4038 e NGC 4039, chamadas de Galáxias Antena.
Aglomerados globulares são grupos massivos de centenas de milhares de estrelas, em formação esférica, existindo dentro ou fora das galáxias. Em seu centro, orbitando um buraco negro, de tamanho médio (isto é, minúsculo como a Terra), as estrelas podem estar tão apertadas que a distância entre uma e outra é próxima do diâmetro do sistema solar – um nada, em proporções cósmicas.
O que torna a descoberta interessante – e a razão da comparação – é que essas estruturas geralmente datam do início do universo. Em média, 12 bilhões de anos atrás, a mesma época em galáxias estavam surgindo. “Talvez estejamos presenciando uma mais antigos e extremos modos de formação de estrelas no universo”, afirmou Johnson. “Esse objeto incrível parece que foi puxado direto do início do universo”.
O proto-aglomerado ainda não tem nenhuma estrela, e está há 50 milhões de anos-luz. É pouco provável que vejamos as primeiras delas surgindo. O processo pode levar um milhão de anos – um piscar de olhos na história do universo, mas uma imensidão para a humanidade.