Cientistas descobrem espécie de lula que tem “mini lulas” nas pontas de seus tentáculos
Por Lívia Aguiar A maioria das lulas possui 8 braços e dois tentáculos, sendo que os braços são usados para nadar e os tentáculos, mais longos e armados com ventosas ou espinhos, para agarrar suas presas. Mas, como sabemos, nas profundezas do oceano a vida não é fácil. Os animais carnívoros que vivem nas zonas […]
Por Lívia Aguiar
A maioria das lulas possui 8 braços e dois tentáculos, sendo que os braços são usados para nadar e os tentáculos, mais longos e armados com ventosas ou espinhos, para agarrar suas presas.
Mas, como sabemos, nas profundezas do oceano a vida não é fácil. Os animais carnívoros que vivem nas zonas abissais desenvolveram verdadeiros malabarismos para conseguir atrair e comer os outros bichinhos que vivem por lá. É o caso da lula Grimalditeuthis bonplanti. Diferentemente das outras lulas, a G. bonplanti vive 2 quilômetros abaixo do nível do mar e tem, na ponta de seus tentáculos, uma “mini lula”: uma ponta alargada sem ventosas ou instrumentos para captura de comida. E mais: os tentáculos não se movem como os outros braços do cefalópode. Eles “nadam” independentemente, impulsionados por membranas muito finas, fazendo com que a “mini lula” pareça ser um outro animal.
Os pesquisadores do MBARI (Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterrey, nos EUA), conseguiram gravar pela primeira vez a G. bonplanti em seu habitat natural e mostrar seu ballet aquático para o mundo todo.
Outro comportamento curioso dessa lula é a forma como ela age quando ameaçada. A maioria das lulas contrai os braços e tentáculos quando detecta um problema. Já a G. bonplanti, antes de sair nadando para longe do perigo, vai na direção de sua “mini lula” e a recolhe com os tentáculos, como se ela fosse um animal que está sendo capturado.
Os cientistas acreditam que pequenos camarões e outros animais são atraídos pelo movimento dessas “mini lulas”, fazendo com que eles fiquem ao alcance dos braços – e, finalmente, da boca – da G. bonplanti. Como ela não brilha no escuro, as presas seriam atraídas pelo movimento das “mini lulas”. Essa hipótese não foi confirmada ainda porque os cientistas não conseguiram filmar a G. bonplanti se alimentando.
Nesta foto, a lula está com o seu tentáculo recolhido, correndo dos mergulhadores paparazzi
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