Ratos transgênicos explicam larica de maconha
Por Fábio Marton Num estudo da faculdade de medicina da Universidade de Yale (EUA), ratos implantados com genes humanos foram submetidos a testes que explicaram uma das dúvidas centrais da humanidade (ou certa parte dela): por que, para quem acaba de fumar maconha, de repente parece uma boa ideia comer um pacotão de Doritos com […]
Por Fábio Marton
Num estudo da faculdade de medicina da Universidade de Yale (EUA), ratos implantados com genes humanos foram submetidos a testes que explicaram uma das dúvidas centrais da humanidade (ou certa parte dela): por que, para quem acaba de fumar maconha, de repente parece uma boa ideia comer um pacotão de Doritos com Nutella?
Os cientistas, liderados pelo médico e neurobiólogo Thomas Horvath, descobriram que os compostos da maconha fazem um circuito cerebral normalmente responsável por suprimir a fome funcionar ao contrário. “É como pisar no freio e fazer o carro acelerar”, afirma o cientista no estudo. “Ficamos surpresos de descobrir que os neurônios que pensávamos ser responsáveis por fazer parar de comer de repente estavam ativos e causando fome, mesmo quando você está cheio. Ela [a maconha] tapeia o sistema central de fome no cérebro”.
Os neurônios da larica são os produtores de proopiomelanocortina (POMC), normalmente responsáveis por fazer parar de comer quando o estômago está cheio, e cuja disfunção já era conhecida como uma das causas da obesidade. O laboratório de Horvath promete continuar a pesquisa em outro rumo: explicar exatamente como a maconha deixa doidão.
A pesquisa não torna Horvath apenas um possível candidato ao IgNobel. Ela pode ser importante para pacientes sob quimioterapia, que podem sofrer quedas extremas de apetite, o que só piora sua situação. A maconha foi liberada medicinalmente em alguns estados americanos justamente para, entre outras coisas, melhorar a vida dos cancerosos.