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Serão aliens? Mais uma estrela parece ter megaestrutura em volta

No começo do ano, a estrela KIC 8462852 deixou muito astrônomo coçando a cabeça. Ninguém sabia explicar suas súbitas quedas de iluminação – o que geralmente indica algo passando em frente, como um planeta. Mas as dela eram muito irregulares e potentes para serem explicadas assim. Os planetas conseguem obscurecer uma estrela em até 1%. […]

Por Fabio Marton
Atualizado em 4 set 2024, 11h19 - Publicado em 2 set 2016, 21h52
estrela_de_dyson
Marcus Penna


No começo do ano, a estrela KIC 8462852 deixou muito astrônomo coçando a cabeça. Ninguém sabia explicar suas súbitas quedas de iluminação – o que geralmente indica algo passando em frente, como um planeta. Mas as dela eram muito irregulares e potentes para serem explicadas assim. Os planetas conseguem obscurecer uma estrela em até 1%. A (se permite a intimidade) KIC perde até 22% de sua luz seja lá para o que diabos está passando em frente dela. Diante dessa relevante anomalia, não faltou gente – séria, inclusive – para sugerir serem…

aliens

Agora acharam sua parceira: a EPIC 204278916, cujo nome parece senha do Facebook de metaleiro, mas é uma estrela que também experimenta as quedas malucas de iluminação – no caso, até de 65%, botando uma baita inveja aos ETs da KIC.

A “hipótese alien” é que haja uma superestrutura construída em volta da estrela para capturar sua energia – um anel ou esfera de Dyson, conceito que vem de antes da Apollo 11, quando o matemático Freeman Dyson propôs que civilizações superavançadas precisariam desse tipo de geringonça para operar suas torradeiras superavançadas.

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A gente podia parar por aqui, mas vamos prosseguir com o gélido balde de água da razão científica. Quando o enigma da KIC surgiu, duas hipóteses mais mundanas foram levantadas: que uma nuvem de cometas estivesse passando em frente a ela ou que ela fosse de fato uma estrela oblóide, com formato de bola de futebol americano, distorcida por uma rotação muito rápida. Ambas acabaram contestadas. A primeira porque ela não parece rodar tão rápido assim. A segunda, porque seriam precisos 648 mil cometas de 200 quilômetros de diâmetro para tapar uma estrela desse jeito.

Mas uma terceira hipótese foi lançada pelos próprios cientistas que descobriram a EPIC. Que se trata simplesmente de um anel protoplanetário – um monte colossal de poeira que acompanha estrelas novinhas e um dia formará planetas. Se visto pelo ângulo certo, pode muito bem obscurecer uma estrela – e parar de obscurecer quando sua órbita faz com que seja visto por outro ângulo.

A EPIC é um bebê: tem no máximo 11 milhões de anos, comparados a 4,5 bilhões do Sol. A KIC havia sido estimada em algumas centenas de milhões, o que excluiria o disco planetário, mas há quem diga que esse número possa estar errado.

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E, com isso, continuamos (oficialmente) sem super-aliens. Pelo menos já é algo saber que existe em algum lugar uma estrela chamada EPIC 204278916. Um riff de guitarra nervoso passa na minha cabeça cada vez que leio seu nome.

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