
O canal de TV paga Space estreou no dia 13 de novembro (uma sexta-feira 13) sua primeira série original Zé do Caixão, sobre a vida do grande cineasta brasileiro José Mojica Marins. Atualmente em seu terceiro capítulo (se você for assinante de uma das operadoras com o canal, dá para ver online os capítulos anteriores) O seriado promete entreter um público maior do que o nicho interessado por terror. Confira abaixo 3 razões para assistir.
1) Por dentro da produção cinematográfica
A série se passa no início da carreira de Mojica, em meados dos anos 50 e 60, e mostra a perspectiva da produção cinematográfica da época. Mojica tinha sua produtora/escola de preparação de atores Apolo e sua fiel equipe de produção que o acompanhavam nas suas gravações de baixo orçamento.
Aliás, a falta de recursos é fato marcante nas produções do cineasta, que vendia papéis nos seus filmes para seus alunos do Apolo ou pintava dois únicos cavalos para dar a impressão de uma perseguição, rendendo bons alívios cômicos.
2) Conhecer uma das maiores personalidades brasileiras
Zé do Caixão, a criatura, se sobrepôs ao seu criador, Mojica. A série vem com a proposta cultural de mostrar o outro lado da figura popular, o lado do criador.
“Um cara que esteve na vida com os dois pés enfiados na jaca, pro que der e vier no amor, no sexo, nas drogas, na arte, na família, em tudo. Um cara que conviveu com altos intelectuais e ao mesmo tempo é um cara do boteco da esquina. Um cara vivo. Incrível que o personagem dele seja um coveiro”, afirmou Matheus Nachtergaele, protagonista da série, em entrevista coletiva na Mostra de São Paulo.
Mojica inaugurou um gênero no Brasil e foi quase fadado ao fracasso. A série acompanha os dois lados da vida do cineasta – o da carreira (cada um dos seis episódios gira em torno da produção de um filme do diretor) e o lado pessoal, das mulheres, amigos, drogas e afins.
3) É pra todo mundo
Mais do que terror, a série é sobre o fazer cinematográfico, é uma obra biográfica. Por isso, não apenas encanta quem já conhece e gosta do Mojica e de seus filmes, mas também atende quem tem curiosidade sobre todo o universo de produção fílmica independente brasileira. Zé do Caixão é puro entretenimento, tem um apelo cultural intrínseco e vale a pena conhecer por todo seu caráter não só divertido, mas também informativo.
E TEM MAIS
Talvez estejamos passando por um revival do Zé do Caixão, já que junto com a série, também acaba de ser relançado pela editora Darkside o livro Zé do Caixão – Maldito, a Biografia, com 666 páginas, dos escritores André Barcinski e Ivan Finotti, que também assinam o roteiro da série. E dia 31 de outubro estreou no MIS de São Paulo a exposição À Meia Noite Levarei Sua Alma sobre o diretor, incluindo objetos inéditos, fotografias e a película original do filme icônico que nomeia a exposição, entre outras atrações