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5 diferenças entre o Sherlock da série e o Sherlock dos livros

Por Henrique Maux
Atualizado em 4 jul 2018, 20h34 - Publicado em 19 out 2017, 16h03

Henrique Maux

O imortal Sherlock Holmes ganhou em 2010 uma de suas versões mais marcantes com a série Sherlock, do canal inglês BBC. Só que, mesmo com a incrível representação de Benedict Cumberbatch na série, ainda assim Arthur Conan Doyle ficaria com receio de dizer que o detetive mais famoso do mundo está 100% bem representado. Confira cinco grandes diferenças entre o Sherlock da série e o Sherlock dos livros.

1. Nos livros, ele cria abelhas

Sherlock

Nos livros, Sherlock tem como passatempo, além de tocar violino, a apicultura, ou seja, a criação de abelhas. Tanto é que, em seu currículo no livro Um Estudo em Vermelho, o hábito é citado antes mesmo da prática de esgrima. Além disso, nas aventuras que se passam na velhice de Holmes, é dito que, após ele e Watson se aposentarem, o detetive foi para o interior da Inglaterra desfrutar de seu hobby de criação de abelhas.

2. Nos livros, ele não é tão arrogante

sherlock01

Na série, uma das principais características de Sherlock é a arrogância. Já nos livros, essa característica é mostrada de maneira mais sutil – é bem raro que Holmes demonstre sua incrível capacidade de dedução como forma de “se mostrar aos outros”. Além disso, seu tom é muito mais de professor do que de uma pessoa prepotente, já que ele está mais concentrado em resolver os casos.

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Normalmente, Sherlock costuma se exibir mais no começo dos contos, fazendo alguma observação perspicaz – deduzindo onde Watson arranjou um relógio novo, por exemplo. Mas depois o foco muda para o desenvolvimento da história e dos conflitos. No final, quando ele resolve o caso, nem sempre é em um tom de superioridade.

3. Nos livros, a dedução é fruto de estudo, e não um dom

sherlock_deducao

O Sherlock do seriado é quase um super-herói, com uma mente que trabalha mais rápido que as outras, um olhar que capta o que outros não percebem e um poder dedutivo que ultrapassa o de qualquer agente da polícia. Tudo isso sendo que Sherlock nem é muito velho (quando o seriado começou, Benedict Cumberbatch ainda não tinha nem 35 anos).

Nos livros, as capacidades do detetive têm explicação mais modesta. A dedução e o poder de análise não são tratados como algo genético, mas sim como algo que foi adquirido ao longo do tempo e com muito esforço. Na obra O Signo dos Quatro, Sherlock explica que “Como todas as outas artes, a Ciência de Dedução e a Análise é uma que só pode ser adquirida através de um longo e paciente estudo. No entanto, a vida não é suficientemente longa para permitir a qualquer mortal alcançar a mais elevada perfeição possível”.

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4. Nos livros, ele é um mestre dos disfarces

sherlock02

Um recurso pouquíssimo utilizado na série é a grande capacidade de Sherlock Holmes com disfarces. Nos livros, é dito que Sherlock era tão bom em simular maneirismos que poderia ser ator. Ele se disfarça de marinheiro, clérigo, bêbado, viciado em ópio, encanador, operário de fábrica, colecionador de livros e até de velhinha, entre outros.

Esse recurso tão caprichosamente cuidado pelo detetive ganhou até uma análise no livro Não Há Dois Iguais – Natureza Humana e Individualidade, da autora Judith Rich Harris. Nele, ela afirma que Sherlock não se disfarçava de uma pessoa específica, mas sim de um tipo especifico de pessoa ou estereótipo – como na obra O Signo Dos Quatro, em que o detetive engana Watson com um disfarce que visava diretamente à categoria social “homem idoso”.

5. Nos livros, ele é um detetive mais sério

benedict cumberbatch shirtless sherlock

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É bem lógico que, ao adaptar obras literárias para filmes e para a TV, são feitas mudanças tanto para que a história se adeque ao formato quanto para que o tom fique mais agradável para o público. Nesse sentido, o Sherlock da TV se afasta bastante do original: ele é esquisito, antissocial, muitas vezes grosseiro, muitas vezes insensível, etc.

Nos livros, toda essa excentricidade não existe. Holmes é retratado como uma pessoa à frente de seu tempo e que tem suas manias, mas ele nunca fica tão estranho. Além disso, mais do que querer um caso que o desafie, Holmes, nos livros, deseja ajudar seus clientes. Por isso, acaba sendo uma figura mais tradicional e séria do que a versão de Cumberbatch, que é cômica.

Essa diferença é compreensível, até porque Sherlock Holmes foi criado em 1887, quando Arthur Conan Doyle usava suas horas de ócio em seu consultório de oftalmologia, à espera de clientes que não vinham.

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